quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

Conspiração confederativa



Conspiração federativa é um termo que eu criei para designar uma das facetas do sistema ocidental do poder de governar, muito útil para o capitalismo e para o sistema elitizado. Eu descobri isso aos oito anos, no início da terceira série.

Quando iniciávamos o período letivo, era comum que todos nos emocionássemos ao ver o livro com o qual estudaríamos todo o ano. Eu lia todo o livro e, apesar de não entender muita coisa, história não tinha muito segredo.

A professora perguntou - O que vocês acharam do novo livro com o qual vocês irão estudar a terceira série?

 - O livro é muito bom, pena que seja tão sem importância - respondi.

 - Por que o livro é tão sem importância? - perguntou novamente a professora.

 - Eu notei que não há nenhum feriado estadual, nenhum evento estadual é importante o suficiente para se justificar um feriado.

Nessa época, foi apenas uma observação, mas hoje eu vejo alguns intelecturais revelando a importância da integridade nacional em seus blogs.

Se os estados tivessem os seus próprios feriados, como em outros países, o Brasil não se sustentaria, e é por isso que não há o reconhecimento de datas históricas estaduais. Resumindo: é tudo manipulação da elite.

Apesar dessa proibição, os estados do Rio de Janeiro e São Paulo encontraram uma saída para defender suas características estaduais, tornando-se tão forte quanto a união confederada.

Acontece que o que é proibido para as confederações, não é proibido para as cidades, devido ao fato de as cidades não terem tanta representatividade política, econômica, territorial, etc. Os principados são exceções.

Assim, São Paulo tem a sua capital, também chamada São Paulo, o mesmo acontecendo com o Rio de Janeiro.

O eixo rio-são paulo tem importância tal que conseguiu organizar o governo militar, que mais tarde promulgaria a sua própria constituição, base para a nossa burocracia de hoje.

A burguesia se arrependeu de ter organizado o tal sistema, mas essa era a única forma de derrubar a democracia que reinava no país e que discursava muito sobre temas polêmicos, inclusive sobre a tal reforma agrária, que nunca veio mas que tem sido defendida pelos sem-terras.

Apesar de minhas ideias sobre esse período conturbado de nossa história serem polêmicas, uma realidade não pode ser negada: nenhum sistema consegue se sustentar sem o apoio da alta burguesia e das forças armadas.

A abertura política foi a chance que os ricos tiveram para reestruturar o sistema ao seu favor, atingindo finalmente o seu objetivo, mas trouxe como consequência a corrupção política.

Hoje, os super-bilionários estão concentrados nessa região que mais recebeu investimentos na história, mas que está prestes conhecer um crash tupiniquim.

A primeira vitória do socialismo brasileiro, pós governo militar,  PSDB, não convenceu, e as ideias de esquerda defendendo globalização não ficaram bem em seu currículo. Aí, foi a vez do outrora partido radical, PT, que, apesar de ceder ao sistema elitizado, cometeu alguns acertos (erros politicamente corretos), como deixar a Polícia Federal trabalhar, e se aproveitar de vez do populismo político, estratégia típica da política brasileira, inclusive da direita e dos militares.

Uma mudança importante foi abandonar temporariamente o foco da política, que concentrava-se no eixo rio são-paulo, para o norte-nordeste, ou seja, o governo trocou a região mais rica pelas regiões mais pobres, mesmo que isso não mudasse o preço do dólar. Acredite, mexeram no preço do dólar também, mas esse não é o foco do post, se bem que as regiões norte e nordeste também são, hoje, o principal objetivo dos investidores estrangeiros, apesar de isso não aparecer em nenhuma mídia.

Aliás, a Rede Globo perdeu o monopólio do patrocínio do governo, não que isso tenha melhorado muito, afinal, o SBT é do grupo que lavou quatro bilhões e meio de reais da Caixa Econômica Federal.

... e finalmente o governo do PT está prestes a atingir a unanimidade, mesmo com a burguesia contra. Acontece que a aristocracia não precisa mais da burguesia, pelo menos aparentemente.

... a não ser que a burguesia vá para o lado que pagar mais, quando então teríamos um poder paralelo e obscuro, sendo que os menos favorecidos sempre pagarão um preço maior.

Mudanças radicais não interessam para aristocracia, tornam o sistema instável. Até agora eles tiveram sucesso, com a ajuda das mídias de massa, a burguesia perdeu a primeira batalha.

Mas esse jogo está longe de acabar, deixou de seu apenas um jogo político, já que a internet conseguiu superar a TV, tornando a sociedade muito mais complexa de ser manipulada. Nem os realities shows conseguem convencer mais.

O Brasil está longe de conhecer uma crise confederativa, como acontece em vários países, mas a nossa história está se tornando muito interessante, principalmente se o PT conseguir vencer na próxima eleição para governador.

By Jânio

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