terça-feira, 10 de janeiro de 2012

As vendedoras de sonhos e pesadelos



A política oferece poucas opções para alimentar os nossos sonhos e ideologias e, nesse mundo domesticado, perdemos nossa liberdade e capacidade de lutar.

As quatro das cinco maiores redes de TVs do país, tem uma história obscura e impublicável, mas apenas sob o ponto de vista ético. Sob o ponto de vista empresarial ou político, tornaram-se bons exemplos de sucesso.

A Rede Globo, que teve suas estratégias questionadas no documentário "Muito mais que um cidadão Kane", documentário que pode ser facilmente encontrado em buscadores de vídeo como o Filestube, parecia ter chegado ao fim de suas tramas diabólicas, mas o escândalo da CBF mostrou que ainda há muita sujeira embaixo do tapete e que essa rede conhece o destino do dinheiro público.

Leonel Brizola ficou famoso ao humilhar essa Rede famosa em todo mundo, e que possui a habilidade de anestesiar o cérebro das pessoas, transformando todos os telespectadores em zumbis, passando a ideia de que nada está errado. Isso deu certo durante mais de cinquenta anos e passou a ideia de sucesso, enquanto os EUA dominavam o resto do planeta.

Como a prostituição dos ricos é muito sutil, a vitória da esquerda pegou a rede de surpresa. O escândalo da "Privataria Tucana" não está sendo comentado, assim como não estão sendo comentados outros escândalos que ganharam as manchetes nos últimos anos.

Esse comportamento me faz pensar que o sistema funciona de maneira bem mais interessante do que eu pensava, por exemplo, nem todos os participantes do jogo político tem força de decisão, também não sabem das estratégias e nem conhecem os segredos sujos do sistema.

Isso poderia explicar o porque de, aos olhos de pobres mortais, todas as mídias de massa parecerem estar compradas.

Todas as mídias de massa são compradas, sim, mas nem todas tem a mesma força política, nem conhecem a forma correta de lavar dinheiro.

Eu tenho notado a dificuldade que a esquerda tem em lavar dinheiro e seu desconhecimento sobre as práticas do crime globalizado, como contratos de confiança, nomes fictício, laranjas e a migração de capitais para infernos fiscais.

Enquanto isso, os jornais dessas grandes redes apresentam uma fachada criada para enganar as pessoas que trabalham a vida toda e não conseguem comprar sequer uma casa.

Recentemente, o Grupo Sílvio Santos, dono de uma das maiores redes de tv do país, ganhou destaque nas manchetes dos jornais, com um financiamento fraudulento de quatro bilhões e meio de reais, ao mesmo tempo, um novela política era oferecida aos seus telespectadores.

O empresário mais conhecido do grupo, Sílvio Santos, chegou a dizer que venderia tudo, essa era a melhor forma de lavar todo o dinheiro e desaparecer da mídia, mas nem foi preciso. Parece que a mídia tem memória curta, ou rabo preso, poque tudo foi esquecido muito rapidamente.

A antiga Rede Manchete faliu e, junto com a falência, vieram os escândalos. Nunca se viu tantos empresários querendo comprar uma empresa falida, passando de presidente da república, pastor de igreja - Edir Macedo em início de carreira - empresários - de novo o Grupo Sílvio Santos.

Do outro estava a poderosa Rede Globo - é, meus amigos, ela de novo - fazendo papel de santa e denunciando esquemas criminosos, esquemas que ela conhecia muito bem.

Resultado: Ninguém levou nada. Na época a mídia divulgou que um empresário estrangeiro havia comprado a Rede Manchete e tudo foi esquecido. Mais tarde o país conheceria um novo grupo empresarial, bilionários que ninguém sabe de onde vieram, apresentando-se como os novos donos da rede.

Os novos bilionários estão na moda, no Brasil, difícil é conhecer suas histórias de sucesso, o que se sabe é que, quase sempre, estão ligados à política.

A Rede Record fecha  a lista das vendedoras de sonhos, mostrando como é fácil ficar rico no Brasil, principalmente para quem leva uma vida fácil de viver.

Marginais que assaltam bancos, nem imaginam como seria mais fácil ganhar a vida de outra maneira, ou talvez saibam, talvez seja assim que tudo comece. Também dá para começar a vida com a ajuda de deus, um deus com d minúsculo e que pode até ser confundido com o Todo Poderoso, mas que não é o mesmo.

O grande problema da política é que não há lugar para todos, é a classe mais elitizada do mundo. Com uma estatística de cerca de mil por um - número hipotético  - é uma classe mais inacessível que elite dos intelectuais brasileiros, cursos de faculdade de ponta, com números hipotéticos de cerca de 150 por 1.

Assistindo a uma dessas quatro emissoras, eu vi um apresentador - os apresentadores estão entre os mais bem pagos do país, fazem parte do grupo de novos bilionários, alguns fecham até praias particulares, ou ilhas, iguaizinhos a família Sarney - dizendo palavras bonitas e inspiradoras como: "É isso que é bonito, um exemplo de criatividade para quem não sabe se virar e fica reclamando da vida".

Eu quase chorei, e meu coração bateu mais forte... de mágoa.

... enquanto isso, na única emissora fora desse grupo, entre as cinco maiores, num programa de fofoca, a apresentadora deixava escapar "em Miami está cheio de brasileiros famosos, fazendo programa".

Notem que a apresentadora de programa não estava falando em programa de televisão...

By Jânio