Eu fiquei sabendo sobre a decisão do TRE da Paraíba de querer prender o diretor da Google mas não levei muito a sério. A primeira coisa que eu pensei foi: Se os países ricos não conseguiram afetar a poderosa Google, porque o Brasil acha que vai conseguir?
Cheguei até a pensar num possível monopólio da Google no futuro, já que a Google foi a única empresa de internet a conseguir resistir a censura e a essas leis fajutas, depois que todos os discos virtuais foram alvos da justiça americana, principalmente o Megaupload. Fábio José Silva Coelho acabou sendo preso por outro juiz do Mato Grosso do Sul, Amaury da Silva Kuklinski, sob a acusação de não tirar videos contra o candidato a prefeito Alcides Bernal (PP).
Não há dúvidas que a justiça federal é implacável na execução dos processos, mas Fábio não ficou preso. A pena prevista era de até um ano de detenção por desobediência e o argumento da google é o mesmo, a empresa afirma não ser responsável pelo conteúdo publicado no site.
De certa forma, tudo é apenas um jogo onde os donos do poder não sabem o que fazer da internet e se utilizam de leis arbitrárias, enquanto a Google procura livrar-se da responsabilidade.
O que a justiça teria de fazer seria identificar o usuário e tratar diretamente com ele. Acontece que para fazer isso, teria de apresentar os motivos, teria de convencer com a Google, e voltaríamos a estaca zero.
Essas brigas entre a Google e a justiça tem sido acompanhadas pelo mundo todo, afinal, o que está em jogo, aqui, é a nossa liberdade. Se um dia a Google aceitar os termos imposto pelos corporativistas, o mundo inteiro perderá a sua liberdade.
No caso desse processo específico, serviu para expor o Brasil e o nome desse juiz no mundo todo e o bom senso falou mais alto
O meu maior temor é que essas prisões sejam apenas para "batizar" essas empresas e/ou nomes importantes da internet, como ocorreu com a Megaupload, The Pirate Bay, Wikileaks e a própria Google.
Podemos entrar na era do chamado "secretismo", com milhões de pequenos grupos trocando arquivos através da Darknet, enquanto na internet pública ficariam apenas os grandes grupos de hackers que, além de divulgar os pequenos grupos, teriam capacidade de resistir, utilizando marcas que não identifiquem uma empresa mas, sim, vários pequenos grupos. Isso já acontece com o Annonimos, Unknown e vários outros grupos que só podem ser identificados pelas suas técnicas, mas nunca pelos nomes.
Não há motivo para pânico entre os internautas, afinal, há muitos interesses envolvidos com a internet e algumas das maiores empresas do mundo estão na rede, como é o caso da Google, Facebook, Twitter, Microsoft.
As próprias empresas que censuram, tem muito a perder com o fim da rede mundial, a internet está virando uma ferramenta de marketing.
By Jânio
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