quarta-feira, 8 de junho de 2016

Fuga de dólares chega a US$3 bilhões


Wellton Máximo – Repórter da Agência Brasil


dólares
No acumulado do ano (de 1º de janeiro a 3 de junho), saída de dólares supera entrada em US$ 7,78 bi Arquivo/ABr

A retirada de dólares no mês passado superou a entrada em US$ 3 bilhões, informou hoje (8) o Banco Central. A fuga de capitais voltou a ocorrer após o fluxo cambial ter ficado positivo em US$ 6,5 bilhões em abril.
No acumulado do ano, a saída de dólares superou o ingresso em US$ 7,78 bilhões. O valor vai desde 1º de janeiro até a última sexta-feira (3). No mesmo período do ano passado, a conta estava positiva em US$ 16,15 bilhões.
O fluxo cambial inclui a diferença entre o ingresso e a retirada de dólares tanto no lado comercial como no lado financeiro. No entanto, a conta inclui adiantamentos de contratos cambiais e operações de crédito para o comércio exterior, que representam dólares que foram contratados, mas não chegaram efetivamente a entrar no país.
A fuga líquida de dólares ajudou a elevar a cotação da moeda norte-americana de R$ 3,44, no fim de abril, para R$ 3,61, no fim de maio. Por causa da alta do câmbio, o Banco Central (BC) registrou prejuízo de R$ 3,05 bilhões com as operações de intervenção no câmbio – compra e venda de dólares no mercado futuro.
De janeiro a maio, o BC teve lucro de R$ 46,92 bilhões com as intervenções cambiais por causa da queda do dólar no acumulado do ano. Em 2015, quando o dólar passou de R$ 2,65 para R$ 3,94, a autoridade monetária tinha registrado perda de R$ 89,66 bilhões.
Prejuízos na conta de intervenções cambiais prejudicam as contas públicas porque os resultados negativos são incorporados ao juro da dívida pública. Por outro lado, lucros nas operações de swap reduzem os juros que o governo federal é obrigado a pagar.
Edição: Nádia Franco

Agência Brasil


OAB pede fim de sigilo da delação de Sérgio Machado



André Richter – Repórter da Agência Brasil
A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) anunciou hoje (8) que vai pedir ao Supremo Tribunal Federal (STF) o fim do sigilo dos depoimentos de delação premiada do ex-presidente da Transpetro, empresa subsidiária da Petrobras, Sérgio Machado. De acordo com a entidade, a medida visa garantir aos advogados que atuam no caso amplo direito de defesa e para informar a sociedade sobre os fatos que foram delatados de forma transparente.
“Vivemos uma crise ética sem precedentes, que dá à sociedade uma oportunidade ímpar de depuração da classe política brasileira. Quanto maior a transparência sobre o conteúdo e a possibilidade de acesso a ele pela sociedade, melhor para o Estado Democrático de Direito”, diz nota da OAB.
Machado é investigado na Operação Lava Jato por supostos desvios na estatal durante o período em que ocupou o cargo. Ele é ex-senador e voltou a ser notícia nas últimas semanas, após divulgações de gravações nas quais manteve conversas com o senador Romero Jucá (PMDB-RR), o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL) e o ex-presidente da República e do Senado, José Sarney. Além disso, ele disse nos depoimentos que os parlamentares recebem propina oriunda da estatal.
Ontem (7), um grupo de 16 senadores encaminhou ofício ao procurador-geral da República, Rodrigo Janot, solicitando que compartilhe os detalhes da delação premiada do ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado, inclusive os áudios de gravações feitas por ele.
No documento, senadores de partidos da base do governo e da oposição argumentam que os trechos da delação que foram divulgados geram “ambiente de insegurança jurídica e política” para as instituições, particularmente o Senado, e a transparência é a melhor defesa contra “interesses ocultos”.
Edição: Maria Claudia