domingo, 11 de setembro de 2011

Línguas brasileiras em risco




Nem é preciso dizer que o mundo inteiro sabe da importância das línguas indígenas para conhecer a própria natureza do homem.

Sua ciência, tradição, danças, músicas, histórias, etc., que podem ser conferidos no site do lison, dão uma idéia da riqueza cultural indígena.

Se não forem tomadas medidas cabíveis, corremos o risco de não termos nem a história dos índios para contar. Prova disso é o número de línguas indígenas extintas e em risco de extinção.

Enquanto o mundo inteiro caminhava para a globalização, esse processo já estava em fase final entre os índios, há muito tempo. Sem as línguas indígenas, perdemos contato com a maior parte de seus conhecimentos, como lendas, religiões, filosofias, etc.

wikipedia:

"A originalidade das línguas indígenas brasileiras tem uma importante relação com os marcos históricos do povo, afinal, antes de mais nada, a língua representa as transformações ocorridas em uma tribo, desde seu nascimento, invasões, mudanças e o resultado final."

Uma parte da própria história do Brasil pertence aos índios e a visão que eles tinham da colonização. O problema é que as línguas indígenas vem sendo substituídas pelo português, espanhol e pelos idiomas indígenas mais fortes.

Alguns exemplos de línguas indígenas em extinção são: Ofayê, menos de 20 índios; guató, menos de 50 índios; vítimas de um dos maiores processos de desenvolvimento econômico do mundo, em Mato grosso do Sul.

Em Rondônia, o wayoró é falado por menos de oitenta pessoas.

Devido ao alerta de extinção dessas línguas, em algumas regiões já estão sendo adotadas medidas pelas próprias autoridades, como adotar a língua indígena nas escolas, estudá-las. Apesar dessa medida ser eficiente, são poucos os casos.

Exemplos de municípios que chegaram a co-oficializar a língua indígena foram:

01 - São Gabriel da Cachoeira (nheengatu, o tukanu e baniwa).

02 - No município de Tacuru (guarani);

03 - Em Paranhos (guarani, em aprovação).

Na Amazônia, apesar do Tupi ter desaparecido, outra lìngua que é o elo de ligação para o Tupi, ainda é falada, como é o caso do nheengatu. Essa língua já é independente do tupi, mas serve de referência.

Wikipédia: "A língua tupi é aglutinante, não possui artigos (assim como o latim) e não flexiona em gênero nem em número.

Um bom exemplo disso é: Paranapiacaba = paraná + epiak + -(s)aba, "mar" + "ver" + "lugar onde" = "lugar de onde se vê o mar.

O tupi identifica um conjunto de 31 fonemas, dos quais doze são vogais, três semivogais e dezesseis consoantes. Característica notória de sua fonologia é, sem dúvida, o seu caráter cutural. Uma outra, os abundantes metaplasmos."

As semivogais, entre outras características do tupi-guarani, levaram os estudiosos a especular sua influência sobre o português do Brasil, essa idéia é polêmica e encontra resistência. Eu, por exemplo, considero o sistema fonético português imperialista, quase racista, o que dificulta qualquer influência externa.

A idéia de "Academia Brasileira de letras", ou a expressão errônea "eu só sei falar brasileiro", mostra como a língua é importante para um povo, e como ela identifica determinadas culturas, tornando-se quase impossível separá-los.

Por outro lado, a quantidade de vogais e semivogais, presentes no tupí, poderiam explicar o sotaque brasileiro, transformando nossa língua numa linguagem quase cantada.

Depois que os cientistas descobriram vestígios de civilização na américa, há cerca de 9.000 anos, a língua indígena ganhou importância. Imaginar um grupo de apenas 20 pessoas, com sua própria língua, é fantástico.

Um tesouro antropológico, uma riqueza para o turismo, um futuro para a humanidade. Resta saber se o governo estará disposto a dar para essas vinte pessoas, a dignidade que elas merecem, como representantes  de tal língua.

Línguas macro-tupi

Ariquém - família linguística.

Ariquém - (ariquéns).

Caritiana - (caritianas).

Aueti - família linguística.

Aueti - (auetis).

Juruna - família linguística.

Juruna - (jurunas).

Manitsauá - extinta (manitsauás).

Xipaia - (xipaias).

Maué - família linguística.

Maué (Sateré) - (maués).

Mondé - família linguística.

Aruá - (aruás).

Cinta-larga - (cintas-largas).

Mondé - (mondés).

Suruí-paíter - (suruís-paíteres).

Zoró - (zorós).

Mundurucu - família linguística.

Mundurucu - (mundurucus).

Curuaia - (curuaias).

Puruborá - família linguística (extinta).

Puruborá - (puruborás).

Ramarrama - família linguística.

Língua caro - (Araras-de-rondônia).

Tupari - família linguística.

Ajuru - (ajurus).

Macurape - (macurapes).

Mequém - (mequéns).

Saquirabiape - (saquirabiapes).

Tupari - (tuparis).

Tupi-guarani - família linguística.

Amanaié - (amanaiés).

Anambé - (anambés).

Apiacá - (apiacás).

Aquáua - (aquáuas).

Paracanã - dialeto (paracanãs).

Suruí-aiqueuara - dialeto (suruís-aiqueuaras).

Araueté - (arauetés).

Assurini-do-xingu - (assurinis-do-xingu).

Assurini-do-tocantins - dialeto (assurinis-do-tocantins).

Avá-canoeiro - (avás-canoeiros).

Caapor - (caapores-urubus).

Caiabi - (caiabis).

Camaiurá - (camaiurás).

Cambeba - (cambebas).

Cauaíbe - (cauaíbes).

Diahói - dialeto (diahóis).

Juma - dialeto (jumas).

Parintintim - dialeto (parintintins).

Tenharim - dialeto (tenharins).

Uru-eu-uau-uau - dialeto (uru-eu-uau-uaus).

Cocama - (cocamas).

Guajá - (guajás).

Guarani - uma das línguas oficiais do Paraguai, também falado no Brasil (guaranis).

Caiouá - dialeto (caiouás).

Embiá - dialeto (embiás).

Nhandeva - dialeto (nhandevas).

Oiampi - (oiampis).

Tapirapé - (tapirapés).

Teneteara - (guajajaras e tembés).

Guajajara - dialeto (guajajaras).

Tembé - dialeto (tembés).

Tupi - (tupis).

Tupinambá - extinta no Brasil (tupinambás).

Nheengatu - dialeto falado no Brasil, já considerada oficial no passado.

Geral paulista - dialeto crioulo formado à época dos bandeirantes.

Xetá - quase extinta (xetás).

Zoé (Puturu) - (zoés).

Uaiampi - (uaiampis).

Fonte: Wikipedia

Mitologia tupi-guarani



Observando a lista de mitos e lendas abaixo, notamos que, ou estamos atrasados, ou estão nos negando muitas informações.

Como eu já tive experiência real com um desses mitos, eu posso afirmar que os ovns são histórinhas de criança perto deles.

Lista dos principais mitos e entidades tupi.

a) Anhangá ou Anhanguera - "Coisa ruim", protetor da caça, animais. Traduzido para alma antiga e confundido com Diabo Velho, pelos jesuítas.


Wikipedia: "No princípio Nhanderuvuçu criou a alma, que na língua tupi-guarani diz-se "Anhang" ou "añã" a alma; "gwea" significa velho(a); portanto anhangüera "añã'gwea" significa alma antiga."

Nhanderuvuçú é considerado Deus supremo na religião primitiva dos índios brasileiros que habitavam as terras tupiniquins atualmente chamadas Brasil.

No princípio ele criou a alma.


b) Caipora: Caipora é uma entidade da mitologia tupi-guarani. A palavra “caipora” vem do tupi caapora e quer dizer "habitante do mato".


c) Curupira: Curupira é uma figura do folclore brasileiro. Ele é uma entidade das matas, um anão de cabelos compridos e vermelhos, cuja característica principal são os pés virados para trás.


d) Sumé: Sumé, também conhecido como Zumé, Pay Sumé, Pay Tumé, entre outros nomes. Teria estado entre os índios antes da chegada dos portugueses e ter-lhes-ia transmitido uma série de conhecimentos, como a agricultura, o fogo e a organização social. Seus filhos teriam sido Tamendonare (Tamandaré) e Ariconte, os quais teriam provocado o dilúvio universal.


e) Mandioca: Atiolô - que era desprezada pelo pai, pediu para que sua mãe a enterrasse viva, daí, nasceu uma planta, a mandioca.


f) Guaraci: Guaraci ou Quaraci (do tupi kwara'sy, "sol") na mitologia tupi-guarani é a representação ou deidade do Sol, às vezes compreendido como aquele que dá a vida e criador de todos os seres vivos, tal qual o sol é importante nos processos biológicos. Também conhecido como Coaraci. É identificado com o deus hindu Brahma e com o egípcio Osíris.


g) Jaci: Jaci (do tupi îasy "lua"), na mitologia Tupi, é a deusa da Lua, protetora dos amantes e da reprodução. É identificada com Vishnu dos hindus e com Ísis dos egípcios.


h) Monã: O Deus supremo dos índios das nações falantes de idiomas da família Tupi-Guarani é conhecido como Monã, que é o criador do mundo, do céu e da terra, dos seres vivos, ou seja, de tudo que existe.


i) Rudá: Rudá, na mitologia tupi, é o deus do amor, que vive nas nuvens. Sua função é despertar o amor dentro do coração das mulheres. É identificado com o deus Hórus egípcio.


j) Tupã: É o som do trovão

Tupã (que na língua tupi significa trovão) é uma entidade da mitologia tupi-guarani.

Os indígenas rezam a Nhanderuvuçu e seu mensageiro Tupã. Tupã não era exatamente um deus, mas sim uma manifestação de um deus na forma do som do trovão.


l) Boitatá: Boitatá é um termo tupi-guarani, o mesmo que Baitatá, Biatatá, Bitatá e Batatão, usado para designar, em todo o Brasil, o fenômeno do fogo-fátuo e deste derivando algumas entidades míticas, um dos primeiros registrados no país.