Não, eu não li "O presidente negro", e nem pretendo ler. Pessoas com habilidades argumentativas sempre nos convencem de algo, não o que de fato interessa para nós mas de suas outras qualidades, isso nos transforma em divulgadores indiretos de suas idéias diabólicas.
Se Monteiro lobato, em sua polêmica obra literária, conseguiu prever a internet, ou algo parecido, estudo a distância, trabalho a distância, celulares, além de outras idéias bem mais peculiares, sua ideia central era a verdadeira visão dos racistas da época, e o pior é que o nazismo ainda não tinha tomado o poder.
Todos nós sabemos da simpatia de Getúlio Vargas pela Eugenia, e que os americanos o presentearam com a usina de Volta Redonda, para tirar Hitler de sua cabeça. Então, analisando o pensamento de Monteiro Lobato, temos a certeza de que Rockefeller, Rothschild e suas ONGs, além das mídias de massa, haviam criado possibilidades de uma nova ordem.
Se Rothschild e Rockfeller ficaram ao lado dos EUA, Inglaterra e aliados, foi porque certamente Hitler não atendeu aos seus interesses, Hitler não queria ficar em segundo plano. Nesse caso, a guerra deixou de ser racista para os aliados da Inglaterra. Utilizar o racismo de Hitler contra ele mesmo, passou a ser uma estratégia oportunista.
Nenhum país queria receber os judeus e como na Alemanha eles estavam proibidos de ficar, eles foram mortos na Polônia, secretamente.
Como podemos notar, o racismo argumentativo de Walt Disney, HG Wells, Edgar Rice Burroughs, Júlio Verne e Monteiro Lobato, era diabolicamente sedutor e convincente, mas faltava coragem para que a sociedade racista fizesse o que Hitler fez.
Eu diria que a literatura racista chegou tarde, a sociedade já era uma só, não havia mais uma raça específica, nem mesmo na aparência. Na realidade nunca houve uma "raça pura", e a ciência sabia disso, mas nunca houve divulgação.
Wikipedia:"Ayrton, desastrado cobrador da empresa Sá, sofre um acidente automobilístico na região de Nova Friburgo, no atual estado do Rio de Janeiro, e é resgatado pelo recluso professor Benson, que o leva para sua residência. Ali, ele trava contato com a grande invenção de Benson, o "porviroscópio", um dispositivo que permite ver o futuro, e com Miss Jane, a bela e racional filha do cientista.
Através de Jane, Ayrton é posto a par da disputa pela Casa Branca nos Estados Unidos da América do ano 2228, onde a divisão do eleitorado branco entre homens (que querem reeleger o presidente Kerlog) e mulheres (que pretendem eleger a feminista Evelyn Astor), transforma o candidato negro, Jim Roy, no 88° presidente dos EUA.
A alegria dos negros, contudo, dura pouco. Incapazes de aceitar esportivamente a derrota, os brancos (agora novamente unidos) elaboram uma "solução final" para o "problema negro", muito mais sutil e eficaz do que aquela elaborada por Hitler para os judeus, pouco mais de uma década e meia após o lançamento do livro de Lobato.
Comentário: Apesar de Monteiro Lobato ter escrito "O presidente negro" para o mercado americano, como uma forma estratégica de ganhar dinheiro com a comunidade eugenista daquele país, descobriu da pior maneira que a Eugenia era um conceito elitizado, pior, que a elite americana não era unânime sobre a eugenia e que havia muito respeito pelas culturas, apesar das mídias estarem compradas. Resumindo: Lá, seria mais difícil de divulgar seus conceitos racistas que aqui.
No Brasil, Monteiro Lobato divulgava suas idéias de maneira muito mais discretas, exceto para os mais atentos, que não irão entender personagens como do "Jeca Tatu" e suas mensagens sublimares. Monteiro Lobato atacava a ideia de mistura de raças e o caboclo era um de seus alvos, politicamente (incorreto) falando.
O politicamente incorreto utiliza-se do humor e do duplo sentido para divulgar suas mensagens de maneira cômica, não tem alvo certo e é muito difícil de ser analisado. O problema é que essa estratégia atende toda a demanda, ou seja, os dois lados, portanto, o tiro pode sair pela culatra.
Wikipedia: ""Gestado" (segundo a própria expressão de Lobato) em apenas três semanas em meados de 1926, "O Choque das Raças" foi escrito e pensado por seu autor como um cartão de visitas ao mercado editorial estadunidense, um cartão que lhe daria em troca "um saco de dólares". Lobato havia sido nomeado adido comercial no consulado brasileiro em Nova York, e antes de assumir o posto, conforme explicou em carta ao amigo Godofredo Rangel, teve uma "ideia-mãe. Um romance americano, isto é, editável nos Estados Unidos(...). Meio à Wells, com visão do futuro. O clou será o choque da raça negra com a branca, quando a primeira, cujo índice de proliferação é maior, alcançar a raça branca e batê-la nas urnas, elegendo um presidente negro! Acontecem coisas tremendas, mas vence por fim a inteligência do branco".
"O Choque das Raças" reunia, portanto, uma "visão do futuro" nos moldes das obras de crítica social do escritor britânico H. G. Wells e as idéias sobre superioridade racial, degeneração e eugenia, defendidas pelo psicólogo e físico amador francês Gustave Le Bon, cujos livros L’Homme et les Sociètes, Evolução da Força e Evolução da Matéria Lobato conhecia de longa data. A obra faz ainda uma rápida referência ao "perigo amarelo", prevendo que por volta de 3527 os "mongóis" teriam substituído a raça branca na Europa.
Longe, contudo, de configurar uma estratégia de marketing isolada, pensada apenas para conquistar o público estadunidense e um "saco de dólares", as idéias racistas defendidas por Lobato em sua obra o acompanhavam desde pelo menos 1900, quando leu L’Homme et les Sociètes (1881) de Le Bon, alentada obra em dois volumes onde o autor afirma que os seres humanos foram criados desigualmente, que a miscigenação é um fator de degeneração racial e que as mulheres, brancas ou negras, são inferiores até mesmo quando comparadas aos homens de "raças inferiores".
Após a leitura, Lobato diz ter sentido-se "transformado em um montão de ruínas", tamanho foi o abalo sofrido por sua "catolicidade caseira". Embora tenha tentado descobrir uma alternativa à "teoria científica" da desigualdade das raças, através da leitura de Comte e Spencer, Lobato parece ter deixado convencer-se pelas idéias de Le Bon. Nos anos seguintes, livros dos poligenistas Hyppolite Taine e Ernest Renan, figuras influentes no racialismo do século XIX, tornaram-se importantes fontes de referência para o escritor, que inclusive recomendava sua leitura aos amigos.
Numa carta de 1905 endereçada ao amigo Tito, Lobato declara ser impossível "civilizar" e "corrigir" o povo brasileiro, "devido ao fatalismo das inclinações, dos pendores, herdados com o sangue e depurados pelo meio". Ele conclui que apenas uma injeção de "sangue da raça mais superior" (ou seja, a emigração oriunda de países europeus) asseguraria o futuro do país. Nesta mesma carta, ele chama de "patriota" ao brasileiro que se casasse com "italiana ou alemã".
Em 1908, talvez ecoando uma célebre declaração do Conde de Gobineau (que certa feita havia chamado os cariocas de "macacos"), Lobato confidenciou ao amigo Godofredo Rangel que a miscigenação criara uma classe de "corcundas de Notre Dame" nos subúrbios do Rio de Janeiro, declaração que trazia implícita uma crítica aos intelectuais da época, segundo os quais haveria um "padrão de beleza grega" entre a população mulata da cidade. Lobato advoga ainda a adoção de um esquema de segregação racial para o Brasil, nos moldes do então vigente nos EUA e a imigração de europeus para consertar a "anti-Grécia" carioca..
A partir de 1914, Lobato começou a publicar suas idéias sobre as "raças" brasileiras em livros e na grande imprensa, basicamente opondo o caboclo, "espécie de homem baldio, semi-nômade, inadaptável à civilização, mas que vive à beira dela"(e que mais tarde seria simbolizado pelo personagem Jeca Tatu), ao mulato, que, embora também fosse mestiço, possuía certa "superioridade racial" graças ao "sangue recente do europeu, rico de atavismos estéticos".
Comentário: Depois de colocar fogo na sociedade, com suas ideias racistas de higiene social, Monteiro Lobato teve de apagar, usando o próprio "Jeca Tatu" para aliviar a sua barra.
O "Sítio do Pica-Pau Amarelo" talvez seja o seu exílio de pensamentos mais pretensiosos e politicamente incorretos de moleque de rua, ou talvez não.
Wikipedia: "Não deixa de ser irônico que, justamente depois de destruir publicamente a imagem do caboclo, Lobato tenha sido obrigado a passar a fazer apologia do mesmo, após a reação de importantes segmentos da elite brasileira quando da republicação de "Velha Praga" no livro de contos "Urupês", em 1918. Acusado de vilipendiar o povo brasileiro, Lobato embarcou nas idéias higienistas então em voga, chegando a afirmar em carta que estava convencido de que "o Jeca Tatu é a única coisa que presta neste país".
O problema do Jeca deixara de ser sua origem mestiça, e sim um problema sanitário que seria resolvido com o enfrentamento das endemias rurais. Foi Cornélio Pires, profundo conhecedor do caipira paulista que mostrou, na sua obra "Conversas ao pé do Fogo", que Lobato só conhecera o caipira caboclo e o generalizou como se todos os caipiras fossem como o caipira caboclo:
Coitado do meu patrício! Apesar dos governos os outros caipiras se vão endireitando à custa do próprio esforço, ignorantes de noções de higiene... Só ele, o caboclo, ficou mumbava, sujo e ruim! Ele não tem culpa... Ele nada sabe. Foi um desses indivíduos que Monteiro Lobato estudou, criando o Jeca Tatu, erradamente dado como representante do caipira em geral! — Cornélio Pires"
Comentário: O racismo é como uma semente do mal e que, depois de plantada, nunca deixará de crescer. É uma praga muito pior que a metáfora que criamos para referenciá-la.
Monteiro Lobato tinha muita personalidade, negativamente falando, e nunca deixou de acreditar de fato nos conceitos de pureza de raça, mas tornou-se ainda mais cauteloso do que já era, inclusive guardando muitas dessas besteiras para ele mesmo.
Wikipédia: "Como diria Lobato em O Problema Vital (1919), "O Jeca não é assim, está assim".
Comentário: O maior problema nas teorias científicas dos escritores, é que por mais que essas teorias sejam geniais, nunca serão inteligentes. A inteligência é muito complexa e depende do teste de genialidade e poucos conceitos geniais passam por esse teste.
A inteligência pode ser sútil, como no som do silêncio, de Simon e Garfunkel, ou podem explodir em meio às loucuras de uma pessoa descontrolada. Podem até levar as reflexões infinitas sobre a inteligência dos outros animais, ou sobre a inteligência de micro-organismos que disputam o controle do mundo com os humanos.
Wikipedia: "Mas, ao menos no tocante aos seus planos literários e editoriais, a experiência estadunidense revelou-se um imenso fiasco. Em setembro de 1927, depois de ouvir inúmeras negativas, Lobato escreveu para Godrofredo Rangel com uma sinceridade chocante: Meu romance não encontra editor. Falhou o projeto da editora Tupy Company. Acham-no ofensivo à dignidade americana, visto admitir que depois de tanto séculos de progresso moral possa este povo, coletivamente, cometer a sangue frio o belo crime que sugeri. Errei vindo cá tão verde. Devia ter vindo no tempo em que eles linchavam os negros. Os originais estão com o Isaac Goldberg para ver se há arranjo. Adeus, Tupy Company!"
Comentário: Bom, baseado nesse texto, podemos notar que o caráter de Monteiro lobato não resistiu a sua ambição. Mostra que ele podia ser oportunista, aproveitando-se de suas habilidades de escritor, e que tinha consciência de seus erros, ou seja, mais um típico caso de pessoa que insiste em ultrapassar as fronteiras entre a realidade e a ficção, a diferença é que Monteiro Lobato só queria poder, manipulação, dinheiro.
Wikipedia:"A reação indignada dos "cinco editores conservadores e amigos de obras bem comportadas" que se haviam recusado a publicar o "ovo de escândalo", conforme confidenciou um mês depois ao amigo Gastão Cruls, não abalou a confiança de Lobato. Segundo ele, um sexto editor havia entusiasmado-se com a obra e queria inclusive que ele ampliasse a "matéria de exasperação" (leia-se "incitamento ao ódio") para forçar uma proibição policial. Fazendo uma alusão bem-humorada a Lei Seca então vigente, pelas contas de Lobato isto valeria "um milhão de dólares. Um livro proibido aqui sai na Inglaterra e entra 'bootlegued' com o 'whisky' e outras implicâncias dos puritanos".
"não tenho de mudar nada em 'O Presidente Negro'. A América que eu retratei em meu livro é exatamente a mesma América que eu encontrei lá" - Monteiro Lobato.
Comentário: A ideia de usar a liberdade de expressão é um recurso próprio dos politicamente incorretos mas, quando uma obra literária detalha, analisa, estuda e defende abertamente uma ideia, pode causar reações de indignação e os resultados podem ser inesperados.
Wikipédia: "Finalmente, a ideia central por trás da divisão do eleitorado branco em homens e mulheres parece ter surgido em Lobato como um último resquício de suas leituras de Le Bon. Em 2228, Miss Elvin, mentora da candidata Evelyn Astor, publica um livro denominado Simbiose Desmascarada, onde denúncia que a mulher não era a "fêmea natural do homem", mas que este havia "repudiado" a sua fêmea original em época remota e que o "pobre animal" (palavras de Lobato) havia se extinguido. As mulheres seriam as fêmeas de um povo anfíbio, cujos machos, naturalmente, foram massacrados pelos machos humanos numa espécie de versão pré-histórica do "Rapto das Sabinas".
Comentário: Esse texto lembra das idéias ocultistas dos nazista sobre Atlântida, e nos faz pensar se Monteiro Lobato tinha alguma ligação com sociedades secretas ligadas ao ocultismo.
Fonte: Wikipedia
Comentários: By Jânio