Enquanto Rafinha Bastos rescinde contrato com a Rede Bandeirantes, Bussunda prevê que os programas de humor serão banidos da TV aberta. Notem que quando ele diz programas de humor, ele não se refere ao humorismo, o próprio Casseta e Planeta já tem humorista garantido nas novelas, eu diria até que a televisão virou uma palhaçada, apesar de não ter graça nenhuma.
Há uma diferença entre o Casseta e Planeta que mamou nas tetas da Rede Globo durante os últimos vinte e cinco anos e o Rafinha Bastos que segue tentando encontrar um espaço permanente na TV, apesar de seu sucesso na internet, mais de 7 milhões de seguidores no twitter, perdendo só para a Ivete Sangalo que já passou dos 13 milhões. Aliás, a Ivete também tem chamado a atenção dos fofoqueiros por causa de sua amizade com a Xuxa que está na Record. Dizem as más línguas que a Record contratou a Rainha dos Baixinhos só para queimar o filme dela. Por falar em baixinhos, cadê os programas infantis?
Eu diria que a segunda saída de Rafinha Bastos da Bandeirantes foi menos traumática que a primeira, dessa vez ele foi vítima de uma guerra entre duas das maiores redes de TV do país, o que não deixou opção para as pequenas.
As opções das pequenas redes é clara: programas de baixa audiência voltados para o patrocinador ou programas apelativos voltados para o grande público, mas sem patrocínio. Isso estava dando certo até agora, até que começaram os processos, e a turma do pânico foi a maior vítima.
Mesmo com rédeas curtas, a turma do pânico tem boa audiência, se bem que agora tem uma nova encrenca para resolver.
A maior encrenca do Rafinha Bastos foi por causa de uma piada, eu não me lembro de nenhuma piada que tenha sido processada na história do humorismo brasileiro, mas foi assim que começou a agonia do CQC, programa do qual ele fazia parte. A perseguição por parte dos próprios companheiros manchou a imagem do CQC que nunca mais se recuperou, apesar da memória curta dos brasileiros.
Eu acho curioso porque até a ditadura era tolerante com o humor. A Dercy Gonçalves se autodenominava "A Maior Artista Marginal do Brasil", pelo menos até os 80 anos, depois eles se cansaram, eles a TV, claro, não os militares.
O humorismo sempre mostrou a cara dos habitantes do país mas, curiosamente, depois que a esquerda chegou ao poder no país, parece meio perdida. A confusão política atingiu até os humoristas, já que a burguesia sempre esteve associada ao sistema comandado pela direita.
A burguesia anda muito sensível, apesar de ser extremamente racista, principalmente na internet em época de eleições. Enquanto isso, os humoristas tem sofrido para achar a nova veia cômica.
A justiça é elitizada e ignorante quando o assunto é humor, não fazem questão de entender a piada, fazem julgamentos à revelia.
Isso tudo criou uma situação muito curiosa, talvez maior que o fenômeno Dercy Gonçalves, principalmente por causa da internet. Quando Rafinha não acha espaço na TV, ele se torna ainda mais importante na internet, muito mais livre e popular. Nem mesmo a piada polêmica foi suficiente para barrar a sua popularidade. Com mais de sete milhões de seguidores, ele só precisa de alguém para cuidar dos negócios - é claro que eu não estou falando do negócio do humor mas, sim, o que fazer com tanta influência.
Só pra se ter uma ideia, a Rainha dos Baixinhos tem dois milhões e duzentos mil seguidores, antes da estreia do programa, e segue noventa pessoas. Aliás, você sabe quem ela segue?
Lembrando que a MTV Brasil acabou e deixou muito humorista desempregada, e olha que a audiência era boa, cerca de 0,3%, o que demonstra que o povo sabe muito bem o que quer. Infelizmente eu não posso dizer o que o povo quer nesse horário, tem muita criança acordada.
Será que é problema de comunicação ou são as piadas que são mal contadas?
By Jânio
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