segunda-feira, 13 de agosto de 2012

Unanimidade política



Eu tenho notado um  movimento na política, semelhante ao que eu vi há muito tempo atrás. São vários candidatos a prefeito de minha pequena cidade e, pelo que parece, isso não está acontecendo só aqui.

Na última vez que isso aconteceu, nós tivemos uma grande festa democrática, bem diferente do tradicional esquema bipartidário, onde só dois candidatos participam.

Apesar dessa ser a melhor forma de apresentarmos os candidatos ao povo, parece que eles não estão confiando mais só nas pesquisas, há uma espécie de acordão para o segundo turno. No final das contas, os candidatos de oposição acabam se alinhando de um lado, enquanto os candidatos de direita ficam de outro.

Da última vez, esse sistema foi responsável por eleger um prefeito que, à princípio, não tinha maioria. O candidato só conseguiu vencer com a ajuda de seus aliados.

Como o prefeito entrou na prefeitura disposto a seguir a linha dura, promovendo mudanças, até seus aliados hesitavam a apoiar seus projetos. Para aprovar algo na câmara de vereadores, era preciso muito negociação, muito discurso.

De um jeito ou de outro, é preciso que haja unanimidade - mais da metade dos votos - possibiliitando a governabilidade e acalmando os descontentes, e é para isso que serve o segundo turno.

No submundo da política, há um poder obscuro que financia campanhas em troca de informações privilegiadas, antes de uma licitação ou financiamentos bilionários fraudulentos. Depois do fim dos doleiros, até o envio de dinheiro para o exterior ficou mais difícil, exigindo muitos conhecimentos para várias atividades, como a criação de ONGs.

Essa relação entre o público e o privado proporciona, na maioria das vezes, o surgimento de organizações mafiosas distintas, considerando-se o bipartidarismo. A esquerda era muito atrapalhada, no início de governo, depois se organizou, inclusive adotando atitudes típicas de direita, como suas alianças políticas discutíveis e crimes organizados.

Durval Barbosa não só promovia a corrupção, como filmava tudo. As imagens de José Roberto Arruda recebendo propina, é a cena mais absurdamente patética que já se viu, depois da imagem de Celso Pita recebendo suborno, naturalmente.

Eu cheguei a duvidar que Durval Barbosa vivo dessa - eu estou achando até que ele tem um provador de alimentos real.

Agora é a vez do Carlinhos Cachoeira me deixar preocupado, é claro que eu estou pensando na justiça.

Carlinhos Cachoeira envolveu muita gente em sua organização, pena, para eles,  que o PT não sabia disso. O PT utilizou esses crimes para derrubar o "Mister Ficha limpa" Demóstenes Torres, quando descobriu que estava envolvido também, já era tarde demais.

O PSDB e aliados, sabendo que o governo tinha mais a perder, ao invés de ajudar os seus corruptos, ajudou a derrubá-los, provocando cenas de pastelão na política brasileira.

Marcos Valério é outro que aprontou muito, mas só do lado do governo, o único até agora que conseguiu unanimidade foi PC Farias.

PC Farias foi corajoso em dizer que havia comprado todos os políticos que o acusavam, mas essa ousadia lhe custou caro.

Parece que PC Farias tinha contatos importantes pois quando descobriu que iriam matá-lo, fugiu para longe, enquanto deixava sua mulher para denunciar à mídia de massa, sem saber que as mídias de massa também estavam envolvidas na sujeira.

Pouco tempo depois, PC, a amante e a esposa estavam mortos, assim como o irmão do presidente, que havia denunciado  o esquema de corrupção, todos de morte natural.

By Jânio

Demóstenes Torres é cassado pelo Senado

Durval Barbosa - O arquivo vivo

Marcos Valério é preso novamente

Eu não acredito em teoria da corrupção