A primeira semana dos Jogos Panamericanos de Guadalahara não surpreenderam, os países com os melhores PIBs se destacaram.
O Brasil tem ganhado muito prestígio nesse grupo que lhe é de direito, como a sétima maior economia do mundo, e uma sociedade extremamente elitizada, representando, portanto, uma elite esportiva de nossa sociedade. O desempenho brasileiro poderá melhorar, já que apenas cinquenta por cento dos homens pratica algum tipo de esportes, contra vinte e sete por cento das mulheres.
O esporte vem sendo usado como uma ferramenta de publicidade política há muito tempo, principalmente em Cuba. Antes disso, o próprio Adolf Hitler fazia uso desse tipo de publicidade.
Eu não sei o que seria do patriotismo brasileiro se não fossem os nossos atletas, apesar disso, o povo está aprendendo a separar as máfias políticas do esporte.
Normalmente, as celebridades esportivas não costumam participar dos Jogos Panamericanos. Países como os EUA enviam apenas equipes B, reservando os atletas mais fortes para torneios mundiais e olimpíadas.
Sendo assim, a política acabou sendo responsável por promover grandes disputas, como foi o caso do voleibol feminino, Brasil e Cuba. O Brasil com sua força máxima, inclusive o técnico José Roberto, o técnico mais inteligente do mundo.
No Brasil, o voleibol já disputa a preferência com o futebol, como o esporte mais praticado e admirado. No voleibol masculino, o Brasil já era considerado uma das equipes mais fortes do mundo, quando a equipe feminina ganhou sua medalha de ouro olímpica e passou a dividir essa posição.
No caso das velas, yatismo, a tradição veio de fora e encontrou no Brasil o ambiente ideal para crescer.
O esporte brasileiro enfrenta essa contradição, de um lado nós torcemos e nos identificamos com sua raça e sangue, por outro lado, nossos heróis precisam de patrocínio, política e capital. Nem o rei com seu ufanismo barato conseguiu convencer: "Nós precisamos ajudar as nossas criancinhas!"
Nosso maior medalhista panamericano, Thiago Pereira, é apenas um atleta de nível médio nas olimpíadas, pior, quando ele parar, teremos problemas para encontrar outro atleta do mesmo nível.
Os maiores mitos esportivos assistem a essas competições como aves de mau agouro, torcendo para não surgirem outros nomes que os apague da história, porque só há lugar para um na elitização do esporte.
Em meio a todos esses contras, surgem nossas rivalidades, que também se misturam com as conspirações políticas e econômicas. Nossa vitória contra Cuba, no voleibol feminino, mostrou que o capitalismo está mais forte e, nossa vitória contra a Argentina, esconde a nossa triste condição de sociedade subdesenvolvida, quando se trata de desenvolvimento humano.
O imperialismo americano continua no topo, como um aviso para quem desafiar a sua supremacia. Esperando uma saída para a crise mundial, mesmo que tenham que forjar outra guerra mundial para isso.
Na primeira semana, ainda não pudemos ouvir as tristes histórias do atletismo, boxe e outras modalidades que não escondem a sua miséria e poderiam estragar a festa logo no início das competições.
No início, pudemos assistir as glórias das forças armadas, no tiro, a beleza da ginástica rítmica, nosso campeão made in usa, Cesar Cielo. Além destes, o bilionário futebol e seu concorrente voleibol, faltou só o hipismo.
O país organizador do evento, o México, tem muito em comum com o Brasil, inclusive um megainvestidor, o que poderá globalizar a nossa miséria entre os países subdesenvolvidos. Por isso, nada mais cômodo que fazer a festa na primeira semana.
By Jânio