A Procuradoria Geral da República acredita que a votação dos ministros do STF está atendendo as expectativas da sociedade, apesar de não ser garantia de condenação dos réus no processo do mensalão. A votação mais importante poderá deixar os políticos constrangidos, isso porque dentro de um sistema elitizado, era muito mais fácil deixar o STF ser o testa de ferro do poder.
Com a condenação de João Paulo Cunha, o STF não só condena um político, como condena um político que era candidato a prefeito de Osasco, pior, havia passado por cima do Ficha Limpa.
Vamos traduzir: O STF condenou João Paulo Cunha, depois de barrar o Ficha Limpa, demonstrando que o povo não tem força em nosso sistema. Por outro lado, nossos políticos que sempre foram covardes, parece que estão cedendo a pressão da sociedade, o que pode ser um bom sinal.
De todos os réus até agora, João Paulo cunha é o único político, pior, é do partido do governo, o que mostra que nenhum réu poderá ter vida fácil nesse processo.
O Procurador Geral ainda pediu prisão imediata dos condenados do mensalão, após a sentença do STF.
Lembrando que são ao todo 36 acusados no processo do mensalão, quase todos os políticos são do partido do governo, PT.
João Paulo Cunha - vantagem indevida (recebeu cinquenta mil reais da empresa de Marcos Valério), corrupção passiva e peculato.
Marcos Valério, Ramon Hollerbach e Cristiano Paz - Corrupção ativa (oferecer vantagem indevida) e peculato (desvios na Câmara).
Henrique Pizzolato, ex-diretor de marketing - corrupção passiva, peculato e lavagem de dinheiro.
Enquanto isso, na CPI do Cachoeira, executivos da Delta e Dnit, Fernando Cavendish e Luis Antônio Pagot, são intimados, comparecem e não acrescentam nada, apenas confirmando que a campanha da presidente Dilma recebeu dinheiro.
A relação de Cachoeira com a Delta faz a oposição questionar: Seria Cachoeira empregado ou sócio da empresa?
Para mim, Cachoeira parece mais um lobista de luxo, quanto as licitações para a empreiteira, não há dúvida que são muito suspeitas.
Até eu que tentei amenizar a situação de Palocci no caso do caseiro, desisti, depois do escândalo das consultorias para empreiteiras.
Se João Paulo cunha for cassado, depois de condenado, além do constrangimento para o governo, esse fato poderá indicar a dureza no processo da CPI do Cachoeira, que foi criada inicialmente para intimidar a oposição.
Até Márcio Thomaz Bastos, experiente burocrata, reconhece que o STF está endurecendo sua posição - lembrando que Bastos havia abandonado o processo de seus clientes na CPI do Cachoeira, continuando atuar no processo do mensalão.
Se não fossem os réus importantes, liberados pelo STF, nos últimos dias, eu até levaria a sério tudo isso.
By Jânio
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