quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

Privataria da esquerda mostra semelhança com a direita




Escândalos frequentes no Governo, escancarados pelas mídias patrocinadas pelo próprio governo, pode parecer atitude de pessoas estúpidas mas, por trás dessa suposta estupidez, há um problema muito maior.

Durante as eleições, candidatos a presidente atacaram-se mutualmente, dizendo que seu adversário era a favor da privatização. Não demorou muito para que ocorresse exatamente o que já era previsto, ou seja o início de várias privatizações em massa, sem a menor participação da opinião pública.

Empresas do mundo inteiro estiveram envolvidas a esse início de privatizações e, é sempre bom lembrar, só foram privatizadas empresas. Não estamos falando, aqui, nem de 0,00001%, número hipotético, das reservas naturais, destinadas aos países ricos como matéria-prima, sem valor agregado.

Assim, eu acredito que a China, especialista em estratégias e logística, deve pensar rápido, se quiser assegurar toda a matéria-prima que necessita para o seu futuro crescimento.

Meus leitores tem alertado para a bolha que se inicia, e eu espero que essa bolha não estoure mais rápido do que eu imagino, ou seja, mal começamos a crescer e já estamos com empresas do mundo inteiro por aqui.

Quando eu disse que o Brasil se iguala a China, quando essa se tornara super-potência, eu não disse que foi nessa época que a China ganhou passe livre e teve todas as portas políticas, institucionais, abertas para si.

O Brasil ainda sonha com uma mísera cadeira no conselho de segurança da ONU, o que quer dizer que, em matéria de importância, o Brasil está muito abaixo da economia fechada da China.

Não foi só o Brasil que subestimou a logística chinesa, foi o mundo inteiro. Pensando no cobiçado mercado chinês, o mundo inteiro criou políticas bilaterais com aquele país e pagou muito caro por isso, somente a China está se beneficiando de seu próprio crescimento.

A mesma estratégia utilizada pela Globo, quando essa foi criada, é utilizada agora pelos grupos de grupos de grupos de empresas estrangeiras, que se aliam a grupos brasileiros para formarem  outros grandes consórcios.

Juntos, esses grupos de grupos de grupos de empresas pagaram 24,5 bilhões de reais pelos três aeroportos privatizados e, dependendo do retorno, deverão investir ainda mais em outras privatizações - Se alguém estava pensando em investir em ações, muita atenção agora.

Para quem acha que 24,5 bilhões de reais é muito dinheiro, é bom saber que cerca de 16 bilhões de reais já tem retorno garantido, em forma de financiamento, BNDES, ou melhor, 805 disso,  além disso, 49% dos aeroportos ficará com a INFRAERO. Traduzindo: O Governo brasileiro será empregado dessas empresas unidas,  e só unidas elas poderão controlá-lo.

Se alguém tinha dúvidas sobre o principal objetivo do BNDES, já não tem mais, é o Banco Nacional de Desenvolvimento de Empresas Estrangeiras.

O Consórcio Invepar, formado pelos grupos OAS, ACSA (África do Sul) e UTC participações, ficaram com a concessão do aeroporto de Cumbica, de Guarulhos.

O Consórcio Aeroportos do Brasil, formado pela Triunfo Participações, Égis Airport (França), pela bagatela de 3,8 bilhões, levou o Viracopos.

Finalizando: Ficou com a Inframéria, o aeroporto de Brasília, formado pela Engevix e pela Corporacion América (Argentina). Preço? 4,5 bilhões de reais.

Como 80% do investimento futuro de 16 bilhões, será financiado pelo BNDES, e o pagamento da concessão será parcelado, esses grupos correm o risco de pagar o governo com o dinheiro do próprio governo, mais PPP, impossível.

By Jânio