Hoje, o Brasil pôde assistir a mais um capítulo da novela de quotas para afro-descendentes, com direito a estrelas do STF e tudo. Naturalmente que as mídias de massa acompanharam tudo com o objetivo de desinformar.
Entre os prós e os contras dessa lei, podemos analisar bons argumentos, que se tornam ainda mais convincentes sob os holofotes das câmeras. Só não dá para pedir que os jornais, revistas, rádios e tvs, mostrem a verdade por trás de tudo isso.
A comunidade afro-descendentes tem se organizado e exigido a sua fatia no bolo, no caso das universidades, só tem caucasianos estudando e eles não estão gostando nada disso.
Vejam bem: Ninguém está reclamando da qualidade da educação, racismo ou discriminação, que impede que essas pessoas tenham dinheiro para pagar aulas em cursinhos e conseguir vagas que estão restritas à elite da sociedade, ninguém está reclamando da falta de vagas para todos, o que estão tentando e quase conseguindo, é elitizar também a comunidade afro-descendentes.
Então, qual seria a universidade ideal? Pelo jeito que estão as coisas, a universidade ideal deveria ter cinquenta por cento de caucasianos e cinquenta por cento de afro-descendentes. Ninguém notou que os descendentes de asiáticos conseguiram inverter o preconceito, criando a caricatura do descendente de asiático gênio. Assim, nosso racismo tornou-se racismo de cor, racismo negro.
Já no primário, o racismo infantil faz com que os afro-descendentes abandonem as escolas, por não suportarem a discriminação.
Eu me lembro de um conhecido meu que suportou a discriminação durante quase dez anos, depois disso, chegou para mim dizendo: "Eu vou parar de estudar, não aguento mais ser chamado de m*****, negão, crioulo, etc."
Eu estranhei que aquele estudante tivesse escolhido justamente a mim para pedir conselhos, a gente não era tão próximo assim, nem estudávamos na mesma turma, pelo contrário, éramos de turmas rivais. Mesmo assim eu aceitei dar o meu conselho.
"Por quê você aceitou estudar até agora? Foi porque a sua família o obrigou, ou foi porque você não se importava com o racismo? Perguntei.
Se você abandonar a escola agora, vai fazer com que eles pensem que estavam certos. Se você quiser vencê-los, vai ter de estudar muito e provar que eles estavam errados."
Ele chorou um pouco e depois teve de concordar.
A luta por quotas em universidades, mostra o que fazemos de melhor, pensar em nós mesmos, olhando sempre para o nosso próprio nariz mas, dependendo de seus objetivos, talvez eles consigam o que querem, mais uma lei idiota nessa política torta, mais uma vitória contra o racismo, afinal, estamos falando em guerra, não estamos?
By Jânio