domingo, 20 de março de 2016

Por que a Alemanha tem pressa em repatriar sua reserva de ouro



As autoridades alemãs querem cada vez mais ouro em seus cofres, disse o presidente do Banco Federal da Alemanha (Bundesbank), Jens Weidmann, em uma entrevista, neste domingo, aos meios de comunicação alemães. segundo o jornal Handels Zeitung. O objetivo é aumentar a quantidade de ouro guardado em depósitos da cidade de Frankfurt, até que represente 50% de todos os recursos disponíveis em ouro, até o final de 2020.

"Nós continuaremos de acordo com o cronograma", disse o oficial. "Desde que adotamos um novo projeto de armazenamento, 366 toneladas de ouro, no valor de cerca de 11.5 bilhões de euros foram transportados para Frankfurt." Assim, mais de 1.400 toneladas ou 41,5% do ouro de propriedade da República Federal da Alemanha (excluindo  aqueles pertencentes a cada um dos estados) estão concentrados na cidade.

O acordo com o Banco da França em breve será cancelado, disse Weidmann e,  em Paris, não haverá ouro alemão. No entanto, parte do metal precioso que está em Nova Iorque e Londres permanecerão nos EUA e no Reino Unido. Esta medida é tomada porque o ouro também é armazenado em moedas e, em caso de emergência, poderiam ser rapidamente trocados sacos de moedas dessas duas cidades, principais centros de comércio internacional.

A Alemanha tem acumulado ouro de forma constante desde 1951, quando ocorreram os primeiros saldos positivos de pagamentos, devido ao milagre econômico alemão, após a derrota do Terceiro Reich. Em 2015, 3.381 toneladas de metal disponíveis ao Bundesbank foram estimados como a segunda maior reserva de ouro do mundo. Evidenciado pelo fato de que o país tem, inclusive, mais ouro do que o Fundo Monetário Internacional.

Para que os bancos centrais precisam de ouro?

A demanda do metal está crescendo, já que é um instrumento para conter a inflação, lembra William Rhind, CEO da World Gold Trust Services. A situação é muito mais complicada, diz, por sua vez, o analista Richard Lourie. A compra de ouro, por exemplo, pela Rússia, poderia ser parte de uma estratégia destinada a "acabar com o monopólio do dólar", diz ele.

"A Rússia, que agora parece  estar em guerra com a moeda norte-americana, pode criar a aliança pretendida com a China e estabelecer um sistema financeiro internacional alternativo que  não esteja com base no dólar ou não o utilize," diz o analista Louis Cammarosano.

Fonte: RT-TV

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