Com o recuo de 0,3% no volume de serviços de agosto para setembro deste ano (série livre de influências sazonais), o setor já acumula queda de 4,7% nos primeiros nove meses do ano. Os dados foram divulgados hoje (16) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e indicam, porém, que a receita nominal dos serviços cresceu 0,4% no mesmo período (janeiro/setembro).
Os dados do IBGE indicam, ainda, que o volume dos serviços já havia caído 1,4% em agosto frente a julho, que, por sua vez, fechou com crescimento de 0,6%. Na série sem ajuste sazonal, no confronto com setembro do ano passado, a queda acumulada pelo setor chega a 4,9%, a maior para setembro neste tipo de comparação, desde o início da série em janeiro de 2012; é também a 18ª taxa negativa consecutiva nesse tipo de comparação. No acumulado dos últimos 12 meses a queda dos serviços é ainda maior: de 5%.
Já os dados relativos à receita nominal do setor indicam queda de 0,7% de agosto para setembro; e de 0,2% na comparação com setembro de 2015. Além do crescimento de 0,4% da receita nominal no resultado acumulado no ano, houve também expansão do indicador também no acumulado dos últimos 12 meses.
Segmentos
A queda de 0,3% no setor de serviços na série livre de influências sazonais entre agosto e setembro deste ano reflete resultados negativos nos segmentos de Outros Serviços (-2,5%), Serviços Prestados às Famílias (-0,9%) e de Serviços de Informação e Comunicação (-0,6%).
Entre as atividades que apontaram variações positivas estão Serviços Profissionais, Administrativos e Complementares (0,7%) e Transportes, Serviços Auxiliares dos Transportes e Correios (0,3%). Já o agregado especial das Atividades Turísticas apresentou crescimento de 1,5% na comparação com agosto.
Na contramão
Enquanto o setor de serviços vem apresentando números predominantemente negativos em praticamente todas as bases de comparação, principalmente quanto ao volume de vendas, os Serviços de Tecnologia da Informação vêm se destacando por se contrapor aos resultados de retração de outras atividades.
Segundo o IBGE, na série sem ajuste sazonal, o setor apresenta crescimentos contínuos desde abril de 2016, “o que ressalta sua característica de segmento dinâmico, com a geração de serviços de elevado valor agregado”.
Na avaliação do IBGE, as empresas vêm retomando a contratação de serviços de informática para atender necessidades estratégicas com objetivo de manter os níveis de competitividade e produtividade. “A maior demanda por programas não customizáveis contribui para esse crescimento, principalmente os referentes à produção de games e programas de computação gráfica para o segmento audiovisual”, ressalta o instituto.
Resultados regionais
A queda de 0,3% no volume dos serviços entre agosto e setembro deste ano tem como destaques negativos os estados do Rio de Janeiro, Mato Grosso e Pará com as maiores retrações entre um mês e outro, todos com resultados bem superiores à média do setor para o período. No Rio de Janeiro, estado com a maior queda, a retração chegou a 5,8%; seguido do Mato Grosso (-5,3%); e Pará (-3,2%.
Já as maiores variações positivas, ainda em relação aos resultados regionais, também na série com ajuste sazonal, foram registradas em Rondônia (6,5%), Sergipe (6,2%) e Espírito Santo (4,3%).
Nas Atividades Turísticas com ajuste sazonal, segundo os regiões selecionadas, as variações positivas de volume foram observadas em São Paulo (6,4%), Distrito Federal (5,0%), Bahia (4,9%), Espírito Santo (3,9%), Pernambuco (3,6%), Ceará (3,5%), Rio Grande do Sul (2,9%), Minas Gerais (2,5%), Paraná (1,4%) e Goiás (0,3%). As negativas foram anotadas no Rio de Janeiro (-5,2%) e Santa Catarina (-5,1%).
(*) Texto alterado às 9h55 para acréscimo de informações
Edição: Kleber Sampaio
Agência Brasil