quarta-feira, 5 de setembro de 2012

Quando o telefone tocar




A televisão era muito cara, há cinquenta anos atrás, mesmo sendo um objeto do desejo de todos os consumidores. O governo tinha muito medo de um veículo de comunicação com tamanho potencial de mobilização popular, chegando ao ponto de fazer parceria com a maior rede de TV do país, para ter controle das massas, mas quem disse que as massas podem ser controladas?

Talvez o telefone tenha sido o primeiro meio de comunicação popular e interativo do mundo e, assim como a TV, era caríssimo.

Junto com a TV, vieram as FMs. As FMs não eram tão diferentes das rádios tradicionais, AM, OM e OC, mas apresentavam uma característica incomum, eram direcionadas ao público jovem e, ao contrário do que a MTV pensa, os jovens não eram estúpidos - Videoclipes proibidos pela maior rede de TV jovem do mundo, MTV, sempre foi sinal de sucesso na certa.

... mas foi do telefone que surgiu o  maior fenômeno dos últimos cinco mil anos, a internet. Além da internet, ainda vieram os celulares, tablets e acabaram se unindo tudo numa coisa só.

Diferentemente da globalização econômica que visa o pior para as pessoas, voltada para lavagem de dinheiro, concentração de capital em infernos fiscais e, principalmente, na formação de grandes impérios, disfarçados de blocos econômicos, a tecnologia conseguiu globalizar as pessoas de uma maneira muito mais positiva, apresentando culturas regionais e valorizando características pessoais, possibilitando a cada pessoa ser o que sempre deveria ter sido, o centro do universo.

Todos os movimentos de censura tem falhado, mas parece que eles ainda estão testando seus sistemas de controle, ensaiando uma forma de manipulação de opinião e expressões populares na rede.

Já ficou claro que derrubar um rede de comunicação só poderia ocorrer em estado de guerra, revolução, como ocorreu no Egito. Mesmo assim, pôde ser comprovado que depois que as pessoas tomam consciência do conceito de redes de informações, a interação passa a ser um dos elementos mais importantes relacionados à liberdade.

Assim como nos filmes 2.001 - Uma Odisseia no Espaço e 2.010 - O Ano em que Faremos contato, eu criei relação com a internet, onde em 2.001 a internet começou a atingir as camadas mais pobres de todo o mundo, pelo computador ou pelos celulares, uma verdadeira viagem pelo universo virtual. Em 2.010, o contato com a liberdade de expressão forçou os ditadores a cederem, revelou palavras filosóficas e maquiavélicas: "Quanto mais um tirano, ditador, resiste a vontade popular, pior será o seu fim".

Certamente, eles não devem saber a encrenca que estão se metendo, caso contrário, já teriam desistido da ideia de controlar o que as pessoas querem. Suas atitudes teriam sido muito mais úteis se, depois de décadas, séculos, milênios, eles tivessem investido mais em educação, ao invés de investirem em guerras, mas as indústrias bélicas sempre tiveram mais força junto aos governos.

Quando eu digo educação, eu não estou falando da graduação de um médico maluco que enche a cara e sai dirigindo bêbado e, quando vê a polícia, foge desesperadamente, atropelando dezenas de pessoas. Eu falo de aprender a viver, parar de olhar para o próprio nariz, olhar o social além do pessoal - De que adianta ter muito, se a maioria não tem nada? O resultado é uma guerra.

A privatização das telefonias tornou o telefone mais popular, mas agora estão em um dilema, o mesmo dilema pelo qual passou a Telefônica, há alguns anos, quando, para defender os direitos autorais, entregou os próprios clientes, desencadeando uma onda de protestos que incluía parar de usar os telefones fixos.

As pessoas não conseguem pagar pela internet e ainda pagar pelos direitos autorais, assim como a Google está ganhando espaço, com as brigas dos EUA contra Megaupload e The Pirate Bay.

Fora isso, há uma conscientização muito maior pelos próprios direitos, as pessoas estão menos acomodadas. Se desligam a internet, usamos os telefones e celulares, se desligam os satélites de comunicação, aí, começam as revoluções.

By Jânio