quarta-feira, 12 de agosto de 2015

A cultura de Jesus



Representação de Jesus na arte

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.


A representação de Jesus nas artes visuais levou vários séculos até atingir uma forma convencional padronizada para a sua aparência física, a qual se manteve em grande parte estável a partir de então. A maior parte dos retratos de Jesus partilham uma série de características, as quais hoje em dia são imediatamente associadas a Jesus, embora possam ser vistas diversas variações.

A imagem de um Jesus de barba e cabelos compridos só se tornou prática comum no Cristianismo oriental a partir do século VI, e muito mais tarde no Ocidente. Os primeiros retratos de Jesus eram muito mais diversificados, uma vez que demonstravam características étnicas semelhantes às da cultura na qual a imagem foi criada. A própria questão de ser ou não legítimo representar Jesus ou outras figuras santas foi controversa durante o Cristianismo primitivo. A crença de que determinadas imagens são autênticas em termos históricos, como o Sudário de Turim na atualidade, é ainda evidente entre alguns crentes, sobretudo no cristianismo oriental, no anglicanismo e no catolicismo romano.


O mais antigo ícone sobrevivente de Cristo Pantocrator, c. século VI.


Cristianismo primitivo


Pedra tumular com a Adoração dos Magos, recuperada das Catacumbas de Romaséculo III.

Antes de Constantino

Nenhum dos Evangelhos canônicos oferece qualquer descrição de Jesus. Os Atos dos Apóstolos referem que Jesus se manifestou enquanto "luz celestial" que por breves momentos ceou o Apóstolo Paulo. O Apocalipse faz uma referência à imagem que o autor tinha de Jesus: "No meio dos candeeiros um semelhante a filho de homem, vestido de uma roupa talar e cingido pelos peitos com uma cinta de ouro; a cabeça e os cabelos eram brancos como lã branca, como a neve; os olhos eram como uma chama de fogo; os pés eram semelhantes ao latão polido como se fosse derretido na fornalha, e a voz era como a voz de muitas águas. Ele tinha na destra sete estrelas; da boca saía uma espada de dois gumes, e o rosto era como o sol quando brilha na sua força." (Apocalipse 1:12-16) No entanto, é muito raro encontrar na Arte as características descritas no Apocalipse, estando restritas a ilustrações do próprio livro.

Êxodo 20:4-6 refere enquanto um dos Dez Mandamentos: "Não farás para ti imagem de escultura, nem figura alguma" o que levou a que fossem muito raras as representações do período judaico ao longo do século I. No entanto, a interpretação deste Mandamento foi-se alterando ao longo dos séculos. Enquanto que os rabinos judaicos na Judeia se opunham de forma violenta a qualquer representação da figura Humana e não aceitavam estátuas nos templos, já os judeus babilónicos do século III tinham uma perspetiva diferente, permitindo a existência de obras como os murais da Sinagoga de Dura Europos.

Ao longo da perseguição dos cristãos que teve lugar no Império Romano, a arte cristã viu-se obrigada a ser ambígua e dissimulada. Havia ainda alguma hostilidade a imagens de ídolos numa comunidade da qual muitos membros tinham raízes judaicas, a qual estava rodeada, e pregava contra, um imaginário pagão de deuses. Santo Ireneu (m. c.202), Clemente de Alexandria (m. 215), Lactâncio (c.240 - c.320) e Eusébio de Cesareia (m. c.339) reprovavam os retratos de Jesus. O 36°Cânone do Concílio de Elvira no ano 306 afirma: "decreta-se que nenhuma igreja deva ter imagens, e que que aquilo que é adorado não deve ser pintado nas paredes". Mais tarde, isto foi interpretado por Calvino e outros protestantes como uma interdição à criação de imagens de Cristo. Clemente, no entanto, aprovava o uso de pictogramas. O tema manteve-se no foco de controvérsias até finais do século IV.




"A Cura dos Paralíticos", a mais antiga representação conhecida de Jesus, na cidade Síria de Dura Europos, c.235.[3]

Representação de Jesus enquantoBom Pastor nas catacumbas de Roma;fresco do século III.
Os exemplares mais antigos de arte cristã que sobreviveram até aos nossos dias datam entre os séculos II e IV, em particular a arte mural tumular dascatacumbas de Roma, embora haja evidências literárias de terem também existido ícones em painel de madeira, embora desaparecidos. Durante o cristianismo primitivo, Jesus era representado indiretamente através depictogramas como um ichthys(peixe), pavão ou uma âncora (o lábaro só apareceria mais tar

Na literatura

Os exemplares mais antigos de arte cristã que sobreviveram até aos nossos dias datam entre os séculos II e IV, em particular a arte mural tumular das catacumbas de Roma, embora haja evidências literárias de terem também existido ícones em painel de madeira, embora desaparecidos. Durante o cristianismo primitivo, Jesus era representado indiretamente através de pictogramas como um ichthys (peixe), pavão ou uma âncora (o lábaro só apareceria mais tarde).
Mais tarde apareceram representações de Cristo, primeiro representado como um jovem, muitas vezes com o rosto de Alexandre Magno, sem barba e sem cabelos longos.[4] A partir do século IV foi representado quase exclusivamente com barba. Na arte bizantina se tornou habitual uma série de representações de Jesus. Algumas das quais com a imagem do Pantocrator, que tiveram um grande sucesso na Europa medieval.

Na literatura

Desde finais do século XIX, inúmeros autores de obras literários têm dado sua interpretação pessoal da vida de Jesus. Entre as obras mais destacadas que trataram do tema podemos citar:

Mikhail Bulgakov: O Mestre e Margarida (escrito entre 1928 e 1940, publicado em 1967).
Robert Graves: Rei Jesus (1947).
Níkos Kazantzákis: Cristo Crucificado (1948) e A Última Tentação de Cristo (1951), no qual se basearia Martin Scorsese para filmar o filme homônimo.
Fulton Oursler: A Maior História Jamais Contada (1949). No qual se baseou o filme de George Stevens.
José Saramago: O Evangelho segundo Jesus Cristo (1991).
Norman Mailer: O Evangelho segundo o Filho (1997).
Fernando Sánchez Dragó: Carta de Jesus ao Papa (2001).
O mistério da vida de Jesus também é tema de algumas obras da literatura comercial, às vezes em gêneros como a ficção ou o romance de mistério.

Mirza Ghulam Ahmad: Jesus na Índia 1899
Juan José Benítez: Operação Cavalo de Tróia (1984-2006; saga de vários volumes).
Dan Brown: O Código da Vinci (2003)

No cinema



A vida de Jesus de acordo com os relatos do Novo Testamento e normalmente sob um ponto de vista cristão, tem sido frequente. De fato, Jesus de Nazaré é um dos personagens mais interpretados no cinema. O primeiro filme sobre a vida de Jesus foi La vie et la passion de Jésus-Christ de Georges Hatot y Louis Lumière. No cinema mudo, o filme que mais se destacou foi O Rei dos Reis (1927) de Cecil B. DeMille.

O tema foi abordado em diversas ocasiões, e de diversos pontos de vista: Desde a grandiosa produção de Hollywood O Rei dos Reis (Nicholas Ray, 1961) até as visões mais austeras de cineastas como Pier Paolo Pasolini (vangelo secondo Matteo, 1964). Também deram sua interpretação pessoal à figura de Jesus autores como Buñuel (Nazarín, 1958), y Dreyer (Ordet, 1954).

Alguns dos filmes mais recentes sobre a vida de Jesus não estão isentos de polêmicas. É o caso de A Última Tentação de Cristo (1988), de Martin Scorsese, baseado no romance homônimo de Nikos Kazantzakis, muito criticado por sua interpretação pouco ortodoxa de Jesus. O filme de Mel Gibson, A Paixão de Cristo (2004) recebeu a aprovação de vários setores do cristianismo, mas foi considerado anti-semita por alguns membros da comunidade judaica.

A personagem Jesus tem sido tratado no cinema de vários ângulos. Existem interpretações satíricas da figura do criador do cristianismo, como A Vida de Brian (Terry Jones, 1979). Musicais, como o célebre Jesus Cristo Superstar (Norman Jewison, 1973), e também filmes de animação, como The Miracle Maker (Derek W. Hayes y Stanislav Sokolov, 2000).

No teatro

A vida de Jesus também tem sido levada aos palcos da Broadway e a outras partes do mundo através dos musicais. Entre as representações líricas da vida e da obra de Jesus pode-se destacar o popular musical Jesus Cristo Superstar, uma ópera rock com músicas de Andrew Lloyd Webber e arranjos de Tim Rice, representada pela primeira vez em 1970, e que posteriormente viria a se espalhar pelo resto do planeta. Também se destaca a peça de teatro Godspell, com música de Stephen Schartz e arranjos de John-Michael Tebelak, que foi encenada pela primeira vez também em 1970. No teatro do Brasil, destaca-se Auto da Compadecida, peça de Ariano Suassuna escrita em 1955 e publicada em 1957, que retrata um jesus negro.

Fonte: Wikipedia

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