Wikileaks, o portal especializado em publicar informações sigilosas de interesse público, tornou público milhares de emails da agência de inteligência e espionagem Stratfor, relacionados a vários países latino-americanos.
São pelo menos cinco milhões de e-mails secretos da sede central da Stratfor, no Texas.
Segundo o site fundado por Julian Assange, os arquivos publicados revelam a rede de informantes privados da Stratfor, numa estrutura a base de subornos, técnicas para lavagem de pagamentos e seus métodos psicológicos, usados para obter tais informações.
Entre esses documentos, estão mais de 57.000 e-mails da Stratfor, sobre o Brasil, mensagens muito graves, onde um informante critica a marinha do país, apresenta suas deduções feitas a partir de suas conversas com os militares. "O que começou com submarinos nucleares, não tem sentido", diz.
Wikileaks revelou quase 6.500 documentos sobre a Nicarágua, 13.500 sobre o Equador, 9.500 sobre o Paraguay, 9.100 sobre o Uruguai, 7.700 sobre o Panamá, quase 8.000 de Honduras, 16.500 da bolívia, 18.300 do Peru e 27.300 sobre a Argentina.
Entre os temas abordados, figura as relações da Argentina com a China que, segundo os documentos, "são tensas, após as medidas adotadas pelo governo argentino para "limitar" a entrada de produtos chineses".
Pelo menos 213 destes e-mails, estão envolvidos em questões sensíveis ao país, como é o caso das Ilhas Malvinas.
Hora antes, o líder oficial Luis D'Elia assegurou que a CIA contratou a empresa Stratfor para monitorar as suas atividades e sua relação com o Irã.
Entre os arquivos publicados, dedicados ao México, ano de 2.011, figura um informe dos analistas da Stratfor, intitulado "O México, Estado Falido, Revisitado". Seus autores afirmam que o tráfico de drogas mudou as instituições mexicanas de maneira dramática, mas que, paradoxalmente, o narcotráfico é responsável pela estabilidade no México.
Entre os documentos publicados, figuram cerca de 36.000 e-mails, relacionados com a Colômbia, em alguns dos quais se fala de supostos encontros entre autoridades colombianas e americanas, tratando de treinamento de agentes em "operações especiais".
Entre os 41.000 emails da Stratfor, filtrados até momento pelo Wikileaks, sobre a Venezuela, são meras especulações, previsões sobre a situação econômica do país, alertando sobre a nacionalização do setor privado no país, rumores, comércio com o Irã, doença de Chavez e detalhes do exército. A empresa americana relata também informações sobre o Exército venezuelano, aviação militar, indústria armamentista e assuntos militares de Caracas.
As mensagens relacionadas ao Chile falam do escândalo de espionagem deste país com o Peru. Segundo a Stratfor, uma de suas fontes militares assegurou que as tensões entre os dois países, a este respeito, são um grande negócio e que o Peru deverá comprar mais armas. Outro tema crucial está relacionado aos recursos de gás e petróleo e gás na indústria de mineração do país. A química e seus mercados são investigados para diferentes clientes da companhia americana.
Em um dos e-mails sobre a Bolívia, de 2.011, contém a suposição de que o governo boliviano estava considerando a ideia de expulsão da USAID (Agência dos EUA para Desenvolvimento Internacional) da Bolívia porque supostamente a USAID apóia protestos indígenas na Bolívia.
Fonte: RT-TV
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