Movimento Brasil Livre (MBL) é um movimento social brasileiro que defende o liberalismo[3] [4]e o republicanismo, fundado em 2014.[5] [6]
O grupo tem sua sede nacional em São Paulo, e realiza frequentes protestos e ações políticas em todo país. Segundo o jornal Folha de S.Paulo, o Movimento Brasil Livre (MBL) foi o principal responsável pela convocação das manifestações do dias 15 de março e 12 de abril de 2015.[7] Segundo o The Economist, foi "fundado no último ano para promover as respostas do livre mercado para os problemas do Brasil".[8] Em seu manifesto, o MBL cita cinco objetivos: "imprensa livre e independente, liberdade econômica, separação de poderes, eleições livres e idôneas e fim de subsídios diretos e indiretos a ditaduras".[9]
Formado em sua maioria por jovens com menos de 30 anos, seus integrantes são conhecidos pelo estilo de suas roupas e por seus discursos incisivos, sendo comparados a uma banda de indie rockpelo jornal El País.[10] [11] Segundo a revista Época, do Grupo Globo, nos protestos do dia 16 de agosto de 2015 suas lideranças se consolidaram entre a população como celebridades da política brasileira.[12]
Desde janeiro de 2015 o MBL está sofrendo uma ação de despejo de sua sede, que é compartilhada com uma produtora de vídeos que faz campanhas políticas. Um de seus líderes, Renan Antônio Ferreira dos Santos, sofre processos na justiça desde 1998 e é réu em mais de 60 processos judiciais.[13]
Fundação
O MBL surgiu em 1º de novembro de 2014, quando promoveu sua primeira manifestação, reunindo cerca de 5.000 pessoas no Masppela investigação e punição dos envolvidos no escândalo apurado pela Operação Lava Jato, e pela liberdade de imprensa, depois da sede do Grupo Abril ter sido vandalizada em outubro do mesmo ano.[14]
Manifestações de 15 de março, 12 de abril e 16 de Agosto
As manifestações populares que ocorreram em diversas regiões do Brasil tiveram como principais objetivos protestar contra o Governo Dilma Rousseff e a corrupção.[15] [16] [17] Reuniram centenas de milhares de pessoas nos dias 15 de março, 12 de abril e 16 de Agosto[18] e, segundo algumas estimativas, foram a maior mobilização popular no país desde o início da Nova República.[19] [20] No dia 15 de março, ocorreram protestos em todos os estados brasileiros, em ao menos 160 cidades.[21] Os estados de São Paulo, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná e Rio de Janeiro registraram as maiores adesões, enquanto os estados do Norte e do Nordeste tiveram menor índice de participação.[19] Em Palmas, por exemplo, não houve protestos.[22]Também foram registrados protestos em seis cidades do exterior:Buenos Aires, Londres, Lisboa, Miami, Montreal e Nova York.[23] [24][25] As estimativas totais de participantes variam. Enquanto as polícias militares estimam entre 1 400 000 e 2 400 000, os organizadores afirmam que estiveram presentes 3.600.000 pessoas.[21]
Marcha pela Liberdade
Após os últimas manifestações, o MBL iniciou uma marcha de São Paulo até Brasília, pleiteando o impeachment de Dilma Rousseff. Chamada de "Marcha pela Liberdade", saiu de São Paulo no dia 24 de abril e percorreu três estados e mais de mil quilômetros, ao longo de 33 dias, chegando a Brasília em 27 de maio[26] e ingressando com um pedido de impeachment contra a presidenta no Congresso Nacional.[26] Os manifestantes foram recebidos por líderes da oposição no Congresso Nacional e, em seguida, se reuniram com o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Durante a marcha, o ator Kim Kataguiri, um dos líderes do MBL sofreu um atentado quando um motorista atingiu o carro que dava apoio ao grupo na estrada.[26]
Posicionamentos
O MBL define suas posições em diversas áreas conforme:
"Quanto à Organização do Estado: descentralização administrativa e real federalismo; redução drástica da carga tributária; simplificação dos impostos; fim da progressividade tributária e das cobranças em cascata.
Quanto aos Direitos Individuais: o direito de propriedade é o direito individual essencial e não pode ser relativizado em nenhuma hipótese. Negamos a função social da propriedade e a função social dos contratos. A liberdade de escolha do indivíduo não pode ser suprimida, salvo em caso de lesão ao direito de outrem. Defendemos, ainda, a descriminalização dos “crimes sem vítima”; legalização de jogos de azar; fim do alistamento militar obrigatório; fim da discriminação oficial estabelecida pelo sistema de cotas; garantia do direito à posse e porte de arma; reforma política ampla, liberdade para criação de partidos, inclusive regionais, correção da proporcionalidade na Câmara dos Deputados, fim do fundo partidário e fim do voto obrigatório.
Quanto aos Serviços Públicos: progressiva retirada do Estado da prestação de serviços públicos, tais como educação, saúde, infra-estrutura, administração presidiária, entre outros. Defendemos a participação e o investimento privado na prestação de tais serviços.
Quanto ao Sistema Econômico: eliminação dos controles de salários, preços, aluguéis, lucros, produção e juros; fim do favorecimento público a setores privados da economia; plena liberdade econômica; fim dos monopólios estatais; privatização das empresas públicas e sociedades de economia mista; fim da interferência governamental nas relações trabalhistas com total liberdade entre as partes; liberdade de organização sindical; livre mercado com circulação de bens, produtos e serviços."[27] O MBL se define publicamente como um movimento liberal e republicano, político, porém apartidário. Em prol do livre mercado, da redução do Estado e em defesa do direito natural, do império da lei enquanto a organização coletiva do direito individual de legítima defesa.[9]
Pautas atuais
Oficialmente suas pautas atuais são: "O Impeachment imediato da presidente Dilma Rousseff; Redução do número de ministérios pela metade; Fim da fraude orçamentaria; Saida do Ministro do Supremo Tribunal Dias Toffoli do colegiado julgador da Operação Lava Jato; CPI do programa mais médicos; CPI do BNDES; Ajuste fiscal sem aumento de impostos; Repúdio ao Foro de são Paulo; Concessão de asilo político a Leopoldo López; fim das verbas de publicidade estatal."[28]
Raizes ideológicas
Em seu Manual, o movimento cita como fontes teóricas, o liberalismo brasileiro de Meira Penna, a doutrina econômica de Friedrich Hayek eLudwig von Mises, a defesa do império da lei de Frédéric Bastiat e a ciência política de Eric Voegelin, Edmund Burke, Russell Kirk e deJosé Ortega y Gasset.[29]
Controvérsias
Em artigo na revista Sputnik Internacional, o economista brasileiro e presidente da REGGEN Theotonio dos Santos afirma que o movimento foi financiado pela CIA como parte da "guerra psicológica" da agência na América Latina.[30] Durante os Protestos antigovernamentais no Brasil em 2015, a rede de televisão estatal venezuelana TeleSUR publicou artigos afirmando que o Movimento Brasil Livre era financiado pelos empresários liberais americanos Charles e David Koch.[31] [32] Algumas publicações sugerem que o movimento faz parte de uma ação da CIA financiada por magnatas como George Soros, Warren Buffet e Jorge Paulo Lemann, o que evidenciaria ameaças à consciência de classe.[33] [34] [35]
Após Kim Kataguiri e outra participante da Marcha Pela Liberdade, em maio de 2015, terem sido atropelados próximo à cidade de Alexânia (GO),[36] o Senador Ronaldo Caiado (DEM-GO) levantou a suspeita de que o MST agiu no atropelamento.[37] E em Julho a deputadaJandira Feghali (PC do B-RJ) acusou o movimento em entrevistas de receber financiamento internacional.[38] Os responsáveis pelo MBL afirmam apenas que ele é financiado pela contribuição financeira de seus seguidores e por recursos pessoais para promover seus atos e divulgá-los nas redes sociais.[39]
Durante a discussão do processo de impeachment pela Câmara dos Deputados, em 16 de abril de 2016, quando o acesso à Camara estava restrito, seus líderes entraram no plenário com crachás fornecidos irregularmente pelos deputados oposicionistas Darcísio Perondi (PMDB-RS) e Pauderney Avelino, líder do DEM.[40]
Kim Patroca Kataguiri
Kim Patroca Kataguiri, um dos mais famosos articuladores do Movimento Brasil Livre, tornou-se recentemente colunista do jornal Folha de S.Paulo.[41] O rapaz, que afirma ter sido surpreendido com um convite para fazer parte do PSOL no ano de 2015, alcançou a fama após ser entrevistado por revistas de grande circulação no país, onde teceu comentários explicando sua visão acerca da política nacional. Ao mencionar suas qualificações, Kim afirmou ter abandonado o curso de Ciências Econômicas da Universidade Federal do ABC,[42]alegando que "sabia mais que o professor, que não conhecia nemMilton Friedman, e o pessoal me chamava de reacinha".[43] [44]
Em resposta aos comentários de Kataguiri, o professor Ramon Vicente Garcia Fernandez, coordenador do curso de Ciências Econômicas da Universidade Federal do ABC, concedeu entrevista aoportal iG esclarecendo que o curso possui disciplinas que passam pelos economistas liberais e que Kataguiri não teve contato com qualquer professor de Ciências Econômicas da Universidade. O coordenador explicou que ele foi apenas aluno de bacharelado em Ciências e Humanidades, curso de ingresso na Universidade Federal do ABC, ao término do qual é possível escolher matricular-se nos cursos de Filosofia, Ciências Econômicas e Políticas Públicas.[6] [45]
Renan Antônio Ferreira dos Santos
Filiado ao PSDB de 2010 a 2015, Renan é réu em mais de 60 processos de ações cíveis e trabalhistas. Com problemas na justiça desde 1998, ele é acusado de fechamento fraudulento de empresas, dívidas fiscais, fraude contra credores, calote em pagamento de dívidas trabalhistas e ações por danos morais, cujos valores indenizatórios somam pelo menos R$ 4,9 milhões. Ele nega todas as acusações e condenações à revelia.[13]
Ver também
- Ações de derrubada de governos patrocinadas pela CIA
- Movimento Vem Pra Rua
- Protestos no Brasil em 2015-2016
- Processo de impeachment contra Dilma Rousseff
Fonte: Wikipedia
Veja também:
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