quinta-feira, 17 de dezembro de 2015

EUA aumentam a taxa de juros


Dia histórico para a economia mundial e, principalmente, para o Brasil, já que envolve dois de seus principais parceiros comerciais, os EUA aumentam as taxas de juros depois de dez anos. Por outro lado, os argentinos aguardam medida do governo que deve liberar o câmbio flutuante do dólar.

Vamos começar falando dos EUA.



O mundo vivia essa expectativa há muito tempo, devido ao fato da crise americana, entretanto, se para os EUA uma variação de 0,25% a 0,50% não significa tanto assim, até porque eles são os donos do dólar, para o resto do mundo isso se torna uma tempestade, principalmente para o mercado europeu que tem sido o mais afetado pela concorrência com a economia americana. 

Ao contrário do que muita gente imagina, pelo menos na minha opinião, isso não deve afetar consideravelmente o Brasil, já que o problema do Brasil é muito maior e não tem nada a ver com os EUA, pelo menos com essa medida.

O Brasil vem sofrendo ataque especulativo da mídia há muito tempo, a elite não quer a esquerda no poder por razões óbvias, medidas populares impede que os programas direcionados a classe média alta sejam viáveis, por falta de recursos financeiros. A especulação contra o dólar, levando-se em consideração a reserva de dólares do Brasil, é ridícula.

Especialistas dizem que o aumento das taxas de juros nos EUA deverá atrair investimentos, ou seja, os investimentos deverão migrar para o país norte-americano. Mas isso não muda em nada a situação do Brasil que já vinha perdendo o grau de investimento nas principais agências de avaliação de risco, a última a derrubar o país foi a Fitch. A Moodys diz que o Brasil deverá ser o país que mais vai sofrer nos próximos meses e eu até concordo em partes, mas não deve ser por causa das taxas de juros americanas, o país nunca teve tanta credibilidade assim, prova disso é que sempre pagamos as maiores taxas de juros do mundo  para o Banco Mundial e também na emissão de títulos da dívida aqui no país.

Ao contrário de outros países, o Brasil é o único país do mundo que aceita viver no cabresto, ou seja, pagando altas taxas de juros, sempre foi assim, é e sempre será.

O que poderá acontecer é de os magnatas brasileiros que já estavam entre os maiores credores americanos, com taxas de juros próximas de zero, abandonarem de vez os títulos da dívida pública brasileiros para investir nos títulos americanos.

É isso o que acontece quando provocam a maior economia do mundo e que também controla a moeda mais usada em transações internacionais.

Enquanto a China ultrapassava um trilhão em reservas em dólar e chegava ao cúmulo de  financiar seus parceiros em moeda norte-americana, os EUA passavam pela maior crise de sua história, desde a década de 20. A postura dos países socialistas fez com que os EUA parassem de investir no país e passassem a investir no México que tem se tornado um grande problema americano, quando saem em busca de emprego. Os incidentes da Rússia com a Ucrânia, China e Japão, Síria e Turquia, além dos antigos problemas com o Irã e as Coreias, fizeram os EUA mexer em sua imutável estratégia econômica do país, com o intuito de resolver seus problemas sem ser impopular dentro ou fora do país.

A crise na Ucrânia provocou o boicote contra a Rússia mas aumentou a popularidade de Putin, principalmente depois que a Rússia declarou guerra ao Estado Islâmico. Quem pagou por isso? Os aliados dos EUA, naturalmente, primeiro os países europeus, durante a crise com a Ucrânia e, atualmente, a crise com a Turquia, durante a guerra contra o Estado Islâmico na Síria.

Perto dos EUA, a Rússia comporta-se como um dos mais poderosos do mundo, mas com uma economia relativamente pequena e uma grande reputação mundial, tudo isso sem sem o apoio da OTAN e contra os países mais ricos do mundo. 

Acontece que Putin tem trabalhado muito sua política externa e aproveitado o sucesso do socialismo chinês para divulgar também a sua política, isso fez com que o boicote se tornasse um tiro pela culatra. Boicote funciona muito bem durante algum tempo, mas deve ser suspenso em seguida, caso contrário, o efeito é inverso, ou seja, quem paga é a população, e é isso o que tem ocorrido na Europa que sofre com a dependência de matéria-prima russa, país que eles são obrigados a boicotar.

O isolamento da Argentina que resultou na derrota do governo foi uma covardia, assim como o golpe no Paraguai e a ameaça de golpe no Brasil. É verdade que o socialismo não é melhor que o capitalismo, apenas sob o ponto de vista dos pobres pode ser melhor, assim como os ricos preferem a ideologia capitalista.

Por falar em Argentina, a última vez que eles liberaram o câmbio flutuante, o país quebrou. Entretanto, com um dólar a 9,70, parece que eles não tem muitas alternativas. O governo pretende limitar a flutuação em 16,0 pesos para cada dólar.

Os especialistas já estão prevendo o aumento da inflação, lembrando que o país tem histórico de inflação em dólar, quanto mais em peso. O Brasil teve tempo de desindexar sua moeda, mas precisou manter um congelamento disfarçado de URV sobre o Real.

A instabilidade de Brasil e Argentina tem atrapalhado o desenvolvimento da América Latina, e o pior é que os maiores promotores dessa guerra suja são magnatas que tem fortunas protegidas em paraísos fiscais, principalmente as mídias de massa.  Os países socialistas sobreviveram durante algum tempo, mas estatizaram muitas empresas que estavam em seu caminho, principalmente a televisão. 

Países que estão relativamente bem, só o Peru e o Equador, mas nenhum deles tem tanta força econômica quanto o Brasil. Aliás, o Brasil possui o governo socialista mais fraco do mundo. Basta ver a quantidade de corruptos presos do partido do governo e dos outros partidos.

O PMDB é um aliado dividido entre a esquerda e a direita e que acredita que vai conseguir sobreviver ao naufrágio do governo. Pessoalmente eu torço para que esse processo se estenda por muito tempo, nunca vi tantos corruptos presos.

By Jânio

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