segunda-feira, 20 de junho de 2011
Veteranos se oferecem para trabalhar em Fukushima
Um bom exemplo de vida japonês, foi a decisão dos veteranos se oferecendo para trabalhar na limpeza da usina nuclear de Fukushima.
Mesmo ficando comprovado que a radioatividade pode trazer consequências, os veteranos insistiram que poderiam e deveriam ajudar.
A força da tradição japonesa é comovente. Esses trabalhadores querem poupar os mais jovens de uma possível contaminação, o que afetaria a reprodução e a sua saúde.
Esse fato chamou tanto a minha atenção que foi difícil não comentar.
Diferente de velhos rabugentos políticos brasileiros, que só pensam em roubar, mesmo sabendo que não terão tanto tempo para gastar, ainda há bons exemplos no mundo, ainda há sabedoria.
Lembrei-me de brasileiros que trabalham no Japão, brasileiros conhecedores de sua tradição e cultura.
Segundo eles, o Japão sempre fora um país que valorizava a tradição, por isso não era tão desenvolvido tecnologicamente.
Longe da ambição imperialista ocidental, a maioria dos países orientais teve a sua cultura protegida. Não foram afetados pelo Império Romano, nem pelo imperialismo inglês ou americano.
Nem na época de Napoleão os japaneses correram riscos.
Quando o imperialismo japonês decidiu expandir, ao lado de Hitler, o país entrou na corrida tecnológica e sua cultura nunca mais foi a mesma.
Por mais disciplinados que possam parecer, os japoneses perderam boa parte de sua cultura nessa época.
Quando eu li uma história de índios norte-americanos, muito parecida com a história dos japoneses, foi difícil não me emocionar. A diferença é que a história desses índios já tem mais de quinhentos anos.
Durante as viagens, os índios nômades deixavam para trás os mais idosos. A decisão era tomada em nome dos mais jovens.
Essa tradição era seguida religiosamente e toda tribo sabia o que deveria fazer, quando chegasse a sua hora.
Os espanhóis se chocaram com os costumes dos incas, onde jovens mulheres virgens eram sacrificadas aos deuses. Ao invés de convencerem os incas sobre seus costumes, os espanhóis preferiram matá-los.
Segundo estudos, a maioria daquelas jovens morriam felizes, ao serem oferecidas aos deuses.
A maioria daquelas jovens de fato acreditavam em suas crenças e seguiam a suas tradições religiosas.
Não eram cerimônias frias, onde assassinos pegam suas filhas e as atiram ao precipício vulcânico, era um evento religioso, onde a jovem era a pessoa mais importante, aquela cuja pureza seria digna dos deuses.
Há dois mil anos atrás, o Cordeiro de Deus se ofereceu pelo perdão de nossos pecados. Mesmo há dois mil anos atrás, esse fato chocou profundamente os protagonistas de nossa história.
É preciso estudo para entender eventos dessa natureza, onde o sacrifício de uma pessoa implica na vida eterna de muitas outras, onde é preciso acreditar em seu sacrifício para que a religião faça sentido.
Vivemos numa época difícil, onde não há respeito, visão de conceitos morais e as religiões perderam o sentido.
Quando algumas pessoas tomam certas decisões, difíceis de serem entendidas para a maioria de nós, são sinais de que a tradição, religião e a honra estão muito além da morte.
By Jânio
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