terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

Mentes perturbadas




Vivemos numa sociedade doente e, numa época de tantos questionamentos, teremos de decidir se está na hora de parar e começar tudo de novo, ou se tudo deve continuar como está.

Tudo sempre foi uma questão de ponto de vista, quem está do lado dos poderosos, ou depende desses, defenderá o sistema e tudo o que ele representa, enquanto o resto da população deve decidir se haverá uma união, fazendo prevalecer a democracia, ou continuam como barata tontas, fazendo greves e olhando apenas para a ponta do próprio nariz.

Se a nossa mente utiliza palavras para organizar idéias, sempre estaremos sujeitos às manipulações, ficando livres somente em sonhos quando dormimos. Por outro lado, podemos combinar outros elementos ao nosso programa de palavras, como o sentimento e a coragem.

Em meio às incertezas, até conceitos relativamente simples, como sanidade e loucura, passam a ser questionados.

A sanidade e a loucura envolvem bem mais que a filosofia e medicina. Num país pobre como o Brasil, a política pode agregar outros problemas ao caos social.

Como eu sempre tenho dito, a saúde possui os votos mais caros do mundo inteiro. Se um país não tem ética, haverá o descaso com a saúde e abandono dos pacientes.

Casos polêmicos dão lugar a especulação e logo todos passam a ser considerados saudáveis, mesmo que visivelmente doentes.

Não dá para discutir a política pois nós sabemos que eles sempre estarão errados, mas podemos discutir os casos polêmicos, como loucura e sanidade.

Não há tema mais polêmico que a pedofilia, já que a pedofilia apresenta muitos aspectos complexos que combinados com a desinformação e falta de cultura, causa uma verdadeira justiça pelas próprias mãos.

A pedofilia vai desde a prostituição infantil, até a liberação sexual, onde meninas com dezesseis se acham velhas para sua iniciação sexual. Se compararmos com os meninos, a situação que parecia complexa pode se tornar insolúvel.

E o ponto de vista não ajuda muito. Para alguns pais, a filha poderá se casar até aos catorze anos, para outros, dezesseis ou dezoito, e haverá sempre aquele pai que terá uma eterna criança em sua casa.

Curiosamente, essa visão machista é compartilhada com a mãe e não são raros os em que a mãe é mais machista que o pai.

Meninos não tem idade certa para  iniciação sexual e não são conhecidos casos de pedofilia em relação às mulheres e eles, apesar de haver muito, há também o estupro por parte de homens perturbados mentalmente. Se uma mulher abusar do menino, como diria uma ex-garota de programa, é um favor para o pai.

O curioso no caso de pedofilia, é que o pedófilo da alta sociedade, bem educado, tem um comportamento acima de qualquer suspeita. O burguês é um cidadão exemplar e não apresenta nenhuma falta  comportamental, social profissional, etc.

Difícil é na hora de julgá-lo, onde muita gente que diz que o pedófilo é são, por isso deve ser preso, pode ser mais perturbado que ele. Melhor para o governo, que não precisa gastar dinheiro construindo sanatórios e hospícios, podendo prender o pedófilo por alguns anos e depois colocá-lo de volta na sociedade, liberando nova vaga nos presídios.

A enfermeira de Curitiba foi um caso que me chamou a atenção, principalmente porque ocorreu na mesma época em que Izabella Nardoni sofreu a queda do prédio.

Ao contrário do caso "Izabela Nardoni", a mídia não falou sobre a enfermeira que atirou o bebê do alto de um prédio e confessou o crime.

Segundo a enfermeira, ela pretendia jogar a criança e depois pular, mas na hora de pular, faltou loucura para tal ato.

Muita gente pode pensar que eu estou brincando, quando falo de minha tese de que o louco não é bobo. Só porque uma pessoa está no hospício, não significa que ela seja boba, idiota.

A enfermeira foi para um hospital de doentes mentais, onde segurava uma boneca e a chamava de filho(a), o tempo todo.

Na época, eu fiquei pensando: Essa enfermeira vivia no limite da realidade e loucura, e atirar o filho, deve ter sido o momento em que ela finalmente ultrapassou essa fronteira. Felizmente, para nós, os loucos não são todos iguais.

O caso "Izabella Nardoni" nos mostra  mais um retrato da sociedade de hoje, onde a educação cidadã é caótica, terceirizada e sem nenhum vínculo estritamente familiar e de amor. Nesse caso, não só é difícil saber o que está acontecendo, como é ainda mais complicado identificar os culpados.

Igreja, cidadãos comuns, polícia, políticos, cada um terá uma visão diferenciada sobre a penalidade a ser aplicada aos réus.

Muita gente fala sobre a violência doméstica, quebra do silêncio, etc., só não falam quem irá criar os filhos, na falta dos pais. A responsabilidade pelos filhos, pela família, é um caso de importância nacional na Inglaterra, mas nenhuma sociedade leva tão a sério quanto a sociedade japonesa, onde a honra pode estar acima de tudo - Não é à toa que, até hoje, ninguém entendeu os Kamicases.

Por fim, eu faço uma pergunta: Afinal de contas, Adolf Hitler foi um ditador maluco são, ou era somente um criminoso de guerra louco?

Se analisarmos sua trajetória e as realizações do governo nazista, Hitler era um assassino bem consciente, frio e calculista. Nessa análise, suas idéias obscuras eram puro fingimento.

O problema é que essa visão não simplifica nada, pelo contrário, complica mais ainda. Se Hitler estava fingindo, quem acreditou no que ele disse, era mais louco ainda, ou seja, todas as nações que o seguiam eram formadas por malucos.

É claro que há uma chance de a história não estar sendo sincera, afinal, quem nos contou foi responsável por detonar as bombas no Japão, ou seja, nossa história foi contada por malucos.

Nossa saúde mental começa no namoro de nossos pais, até a nossa morte. Com a educação terceirizada, tende a piorar.

By Jânio