quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Rafinha Bastos é politicamente incorreto



A polêmica de Rafinha bastos estremeceu os pilares do moralismo brasileiro, e me fez lembrar de minha época de infância.

Essa piada do Rafinha é o que poderíamos classificar de piada de moleque de rua, e eu sei disso porque eu era um moleque de rua. Apesar de estar a cinquenta metros da casa da minha avó e da minha tia, naquele campinho de futebol se reuniam a maioria dos meninhos pobres da cidade.

Esse tipo de piada e outros tipos de piadas piores, eram muito comuns. Eu não dizia porquê eu estava na fase do catecismo, igreja e diciplina dura na escola.

A piazada (grupo de piás) repetia esse tipo de piada, mesmo sem sentir absolutamente nada do que estava falando. Na realidade, aquelas famílias eram moralistas.

Essa falta de papa na língua fazia com que todo tipo de informação circulasse muito rápido, fazendo com que a molecada hiperativa amadurecesse e se tornasse moralista também.

Consultando a Wikipedia, eu encontrei a expressão "politicamente incorreto", referindo-se ao oposto de "politicamente correto"

Politicamente correto é uma forma institucional, jornalística, de se expressar, ou pelo menos era, antes da era dos realities shows e da internet.

Os novos tempos trouxeram muita liberdade e realidade à tona, com isso, o mundo bizarro virou moda.

Estamos na era do politicamente incorreto. Enquanto o politicamente correto fala o que não pensa de fato, o politicamente incorreto fala o que não faz - Ou você acreditou que o Rafinha realmente iria c**** o bebê?

Em minha infância, os moleques eram malandros, antes de dizer alguma m****, tudo era testado, experimentado, planejado, para não sair nada errado. A idéia era chocar, provocar, mas sem se machucar.

A piada do Rafinha é um tipo de piada que passaria despercebido num juri, mesmo sendo pejorativa e tendo ofendido alguém.

A verbo c**** apresenta duplo sentido, e é na gíria que ele ofende, além disso, foi dito no futuro do pretérito e referindo-se a alguém que ainda não nasceu.

Eu me lembro da versão adulta de "Chapelzinho Vermelho". A professora criou uma versão adulta, e quando ela disse que o lobo c**** a vovozinha e depois c**** a Chapelzinho Vermelho eu fiquei na dúvida.

Em meio a uma multidão de quase duas mil pessoas, eu perguntei: C**** no bom sentido ou no mal sentido, professora?

E ela respondeu imediatamente - No bom sentido.

Eu respondi - Que coisa horrível! - e lembrei uma frase de um amigo gay que quase me agrediu, mas continuamos amigos - "Em alguns casos, o mal sentido é melhor que o bom sentido, afinal, é melhor ser c***** e continuar vivo, do que não ser c***** e morrer c*****".

A Wanessa Camargo deixou barato, cinquenta mil é o salário que o humorista recebe em um mês, e serviu de alerta, afinal, essas expressões não devem ser ditas em rede nacional. O humorista é que ficou na pior, ao ser suspenso.

Se a produtora argentina aproveitar esse fato para romper o contrato de franquia, isso seria oportunismo, afinal, as outras emissoras estão dispostas a pagar um valor muito maior pela franquia.

O politicamente incorreto de Rafinha Bastos tem como temas principais: Anti-semitismo, homofobia, estupro, racismo e machismo, entre outros temas não menos vulgares.

Todos esses termos são ditos em tom de deboche, quando se trata de humor, e tudo passa a ter duplo sentido. O mais certo seria uma retratação em público, mostrando o bom sendito, que, aliás, é muito pior que o mal sentido, afinal, canibalismo também é crime, não é mesmo?

Toda ofensa exige retratação, já passamos da fase mais primitiva da sociedade, mas o respeito é bom e nós gostamos.

O politicamente incorreto gosta de provocar os mais conservadores, em nome da liberdade de expressão,  mas cinquenta mil (segundo as fofocas de internet) é muito menor que um milhão (segundo fofocas da internet, pedido pela Xuxa, depois de ter sua foto, pelada na Playboy, exibida pela própria Rede Bandeirantes de Televisão.

Os politicamentes corretos alegam que piadas relacionadas ao anti-semitismo, homofobia, estupro, racismo e machismo, degradam as minorias, e mais uma vez os politicamente corretos se esquecem que eles são a minoria e que tudo não passa de uma conspiração contra a liberdade de expressão, ou será que não seria melhor chamar as duas partes envolvidas no fórum, além de exigir uma retratação pública, esclarecendo de vez esse fato e acabando com essa perda de tempo da internet?

By Jânio

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