sexta-feira, 27 de maio de 2011

Pimenta Neves é preso novamente




Antônio Pimenta Neves nasceu em Uberlândia, 1.937, e, pelo seu currículo, passa a impressão de um homem muito inteligente. Ele era Jornalista, Advogado e analista econômico-financeiro.

A idéia de que só pobres, analfabetos e classes menos favorecidas podem ficar na cadeia, ainda prevalesce no país.

O sistema carcerário brasileiro é uma pena de morte, prender pessoas com mais de 65 anos não é uma prática muito comum. Ao menor sinal de problemas de saúde, o presidiário idoso é solto.

A morte de um idoso dentro de uma cela, em caso de pessoas ricas, pode acarretar sérios problemas para o Estado. Mesmo em caso do idoso ser pobre, seria preciso um "acordo", trazendo enormes prejuízos.

Pimenta Neves, com setenta e quatro anos, será um sério problema na penitenciária onde ele está. Se uma pessoa nessa idade já vive com dificuldades fora da prisão, imaginem dentro dela.

Foi o caso de Paulo Maluf, outro criminoso famoso. Chorou tanto que o delegado não teve dúvidas em soltá-lo, ocorrendo o mesmo com Juiz Lalau.

É aquela velha história, um jovem de dezesseis anos pode votar, discutem se poderá dirigir, mas não poderá ser preso. O voto obrigatório já é um crime.

Se um político comete um crime, não poderá ser preso, a maioria é idosa e não teria a menor condição de sobreviver na cadeia. O pior é que o político honesto ainda não nasceu.

No caso específico de Pimenta Neves, ele poderia ter sido preso antes, acho que esperaram que ele morresse de velhice. A burocracia funciona muito bem, quando há dinheiro e nomes importantes envolvidos nesses crimes.

Pimenta Neves já cumpriu sete meses em 2001, deverá cumprir uma pena ainda menor agora.

Toda vez que ocorre um escândalo político, como aconteceu com o Palocci, a Justiça parece que está funcionando, mas é só impressão.

Ver um pobre velhinho de setenta e quatro anos na prisão, tomando banho em água fria, é de dar pena, mas pensar no crime que ele cometeu - um tiro pelas costas e outro no ouvido de uma jovem, além das agressões físicas anteriores - enche-me de revolta e sede de justiça.

Ainda sou humano, ainda tenho sentimentos, mas se a prisão for uma pena de morte, melhor que essa pena de morte seja natural, na cadeia.

By Jânio