quinta-feira, 7 de abril de 2011

Homem invade escola no Rio e atira em várias crianças




Mais uma vez o Rio de Janeiro sentiu a tristeza de uma tragédia, os habitantes da cidade maravilhosa mal se recuperam de uma calamidade, e tem de conviver com outra.

Dessa vez a tragédia não foi natural, mas há quem discorde - Será que o homem não faz parte da natureza?

Fato: Um psicopata invadiu uma escola em Realengo, bairro do Rio, e disparou contra várias crianças. Segundo uma das crianças, enquanto o assassino recarregava a arma, elas teriam conseguido fugir.

Um policial militar que realizava uma operação a duas quadras dali, foi o primeiro a chegar e a impedir que o assassino chegasse a outras crianças.

O assassino era um ex-aluno dessa mesma escola, considerada uma escola tradicional. Ele teria se aproveitado da comemoração dos quarenta anos da escola para entrar com facilidade, alegando que iria dar uma palestra.

Várias crianças foram atingidas pelos disparos e algumas dessas crianças, infelizmente, não suportaram os ferimentos causados pelos tiros.

A chacina provocou muita discussão durante este dia 07 de abril de 2.011, sendo manchete dos jornais e sites do mundo inteiro.

Quando eu disse que o Oriente Médio não deveria ter o Brasil como exemplo para sua Democracia, eu não estava brincando, e não é só a democracia. Essa nova tragédia no Rio chegou a ser noticiada pelo maior jornal Árabe Al Jazeera.

Pessoas que ajudaram a socorrer as vítimas, perderam a noção da etiqueta e deixaram no ar alguns detalhes de nossa sociedade normalmente imperceptíveis.

"Eu comecei a parar os carros para levar as vítimas para o hospital, só em um carro eu "joguei" seis crianças" - Disse uma das pessoas.

Nem o Governador Sergio Cabral manteve a compostura, chamando o assassino de psicopata e animal.

Chamar assassinos de animais é muito comum em nossa sociedade, e eu entendo muito bem o que isso significa. Mas quando provocamos a sociedade, ao afirmar que certos animais levam uma vida mais civilizada, todos ficam indignados.

O homem é um animal, pelo menos para a ciência, mas a polêmica não para por aí. A sociedade só fica satisfeita quando assassinos como esse são mortos, isso também é compreensível.

Assassinos mortos não oferecem mais perigo para a sociedade, nós sabemos muito bem da qualidade de nossa infraestrutura e da incapacidade de manter o assassino preso.

Se o assassino ficar vivo, será considerado um "animal", ficará de vinte e cinco a trinta anos na cadeia, no período máximo; se morrer, será considerado um psicopata, doente mental, alguém que deveria estar num hospício.

Na carta deixada pelo assassino, especialistas puderam identificar traços de personalidade psicótica, mas isso não pode explicar tamanha tragédia, nada pode.

Chacinas como essa, ocorrida no rio, tem sido registradas pelo mundo inteiro mas, como sempre lembramos, a infra-estrutura de lá é melhor que a infraestrutura de cá.

Uma das reações imediatas das autoridades, foi lembrar das campanhas de desarmamento, onde a polícia recolhe as armas das pessoas para, em seguida, serem entregues para os bandidos. Trata-se de uma transferência digna da "PPP".

Faz parte da natureza elitista, culpar a sociedade pelos problemas provocados pela incopetência das próprias autoridades. Querem proibir as pessoas de andarem armadas, como se elas fossem as culpadas por tudo o que ocorre no mundo.

Essa chacina não deve ser confundida com criminalidade em geral, o assassino era doente, e não era o único. Se os pais que não ficarem atento ao comportamento dos próprios filhos, correm o risco de serem mortas pelos próprios.

Nossa programação de tv, internet, jornais, rádios e todos o meios de comunicação, são canais abertos ao público, cabe aos pais orientarem seus filhos. Não adianta dizer que são as más-conpanhias, um bom filho deve saber com quem anda e de suas consequências.

Eu não uso armas, sou contra as armas, mas também sou contra a proibição do uso dessas armas. Eu não acho que as chacinas devam ser usadas como pretexto para a proibição das armas, chacinas ocorrerão frequentemente pelo mundo, mesmo assim, são uma exceção a regra, diferentemente de outras ocorrências policiais.

O que deve ser discutido são as responsabilidades: Responsabilidades dos pais, Estado e toda a sociedade como um todo.

Não é só a programação da tv a culpada, nunca foi, a culpa é da falta de acompanhamento das crianças cada vez mais mimadas. Nossas tvs nunca deveriam ser utilizadas como babás eletrônicas, nem a sociedade deve ser responsabilizada pelo comportamento de uma única criança.

Eu acredito que as escolas do futuro, nos primeiros anos de educação escolar, deverão apresentar um relatório do comportamento de cada criança. Não é na delegacia o lugar ideal para verificar o comportamento de um cidadão, é em sua escola, em sua casa...

Sempre existiu noções de psicologia na formação dos professores, eu penso estar na hora dos psicólogos estarem mais presentes nas escolas.

Muita gente talvez até não saiba, mas há pessoas que usam remédios tarja preta. A falta do uso desses remédios, quando são para o cérebro, pode causar instabilidade psicológica.

A pergunta é: Quem deverá ser responsabilizado pelo acompanhamento dessas pessoas, portadoras de doenças congênitas?

Será que a saída é trancá-las no hospício, ou será que é o acompanhamento que deve ser observado?

Nós sabemos que uma pessoa normal, em seus dias normais, cumprem rigorosamente suas obrigações, inclusive tomar medicamentos, sabemos também que nem sempre estamos em nossos dias normais.

Enquanto a sociedade se torna cada vez mais doente e dependente de produtos e alimentos químicos, várias questões surgem e devem ser respondidas o mais rápido possível.

Em meio a violência do dia-a-dia, em países como o Brasil, vivemos o nosso "admirável mundo novo", cada um protegendo-se a sua maneira, até que algo foge ao controle, aí, uma tragédia acontece.

By Jânio.